Pode um tweet valorizar uma empresa em 17 mil milhões?

Pode um tweet valorizar uma empresa em 17 mil milhões?
5 minutos de leitura
O valor da Apple aumentou 17 mil milhões de dólares em minutos, com a ajuda de um tweet. Mas qual a presença dos CEOs nas redes sociais?

Parece inegável que as redes sociais podem hoje fazer a diferença, positiva ou negativamente, dependendo de como são usadas pelos CEOs e pelas organizações.

O multimilionário Carl Icahn conseguiu aumentar o valor das ações da Apple com apenas um tweet. Nele, Icahn diz: “Achamos que a empresa está extremamente subavaliada. Falei com Tim Cook hoje. Mais pormenores em breve”. Estas palavras fizeram as ações da empresa subir 4,75 por cento, adicionando 17,1 mil milhões de dólares ao valor total de mercado.

Segundo um estudo divulgado na semana passada pela CEO.com, 68% dos CEOs da Fortune 500 não têm presença nenhuma nas maiores redes sociais.

Neste segundo Relatório Anual de CEOs Sociais, que examina, em detalhe, a presença dos CEOs da Fortune 500 nas redes sociais, foram feitas revelações surpreendentes. A mais notável foi que 68% dos CEOs não têm presença nenhuma nas maiores redes sociais (Twitter, Facebook, LinkedIn ou Google Plus).

Alguns destaques do relatório:
  1. Cerca de um quarto, ou 28% (140) dos CEOs da Fortune 500 estão no LinkedIn, a rede social líder para profissionais dos negócios. Como seguidores do LinkedIn podemos incluir Meg Whitman, Jamie Dimon, Jeff Immelt e John Donahoe.
  2. Apenas 7% (35) dos CEOs da Fortune 500 estão no Facebook, obviamente liderado por Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, com 16 milhões de seguidores.
  3. Uns meros 5.6% (28) dos CEOs da Fortune 500 estão no Twitter, e apenas 3.7% (19) deles têm a sua conta Twitter ativa.

Então porque não existem mais CEOs da Fortune 500 a aceitar as redes sociais?

As quatro razões citadas pelo relatório são: 
  1. Não haver tempo suficiente;
  2. Desconfortáveis com a transparência;
  3. Maior risco;
  4. Resistência à mudança.


socialmediaO que leva aqueles 68% dos CEOs da Fortune 500 que não utilizam as redes sociais, a não o fazerem?

Segundo Dave Kerpen, CEO da Likeable Local, são o “medo e a falta de valor percebido”.

Kerpen refere que “temos medo daquilo que ainda não compreendemos e os CEOs da Fortune 500 são os últimos do planeta a conhecer e compreender as redes sociais. Não arranjamos tempo para aquilo que não tem valor para nós, e com certeza que os CEOs não veem valor em gastar tempo nas redes sociais. Têm mais que fazer.”

“Mas acho que não têm. Como já escrevi antes, o maior valor dos social media para uma empresa não é o falar, mas sim o ouvir. Os CEOs podem utilizar os social media para ouvirem os seus clientes, os seus concorrentes, os clientes dos concorrentes e os seus funcionários. Podem descobrir novos produtos, novos mercados e novas oportunidades. Quando começarem a falar podem contar as suas histórias, dar pensamentos sobre liderança e atrair novos parceiros, novos vendedores, novos talentos e novos clientes. Podem ser porta-vozes online para as suas empresas, da mesma forma que são porta-vozes offline”, diz Kerpen.

Josh James, CEO da Domo, a empresa que patrocinou o referido relatório, disse que “Os CEOs que utilizam os social media estão a fazer crescer as suas empresas, ao atraírem clientes para toda a vida, ao gerarem exposição para as suas empresas e ao fecharem novos negócios. À medida que os consumidores se tornam mais sensatos, também os líderes de empresas o devem ficar.”

“Digo aos CEOs: Os vossos funcionários estão nas redes sociais. Os vossos clientes estão nas redes sociais. Os vossos acionistas estão nas redes sociais. Os vossos ágeis concorrentes estão nas redes sociais. Se vocês não estão nas redes sociais, não só se arriscam a parecerem alguém que não está em contacto, como também se arriscam a realmente não o estar”, diz Kerpen.

Para Kerpen, “os CEOs da Fortune 500 ainda têm medo de se tornarem sociais, mas talvez devam ter mais medo dos seus ágeis concorrentes se tornarem sociais e rapidamente recuperarem terreno, lhes tirarem o emprego e os seus lugares na Fortune 500”.

Kerpen partida da sua experiência, dizendo que “sou CEO de uma empresa e presidente de outra, e encontrei imenso valor em utilizar os social media, tanto ao nível pessoal com ao nível profissional”.

“Os CEOs das empresas da Fortune 500 e de todas as empresas à volta do mundo que não aceitem o meu conselho de “Serem Sociais”, aceitem-no de Warren Buffet, Rupert Murdoch, Marissa Mayer, Ralph Lauren e Meg Whitman, que seriam capazes de lhes dizer: “Sejam sociais ou mais vale irem para casa”, refere Kerpen.

Fonte: Linkedin