Terror ao Pequeno-Almoço: A Gestão que Preferia não Conhecer

Terror ao Pequeno-Almoço: A Gestão que Preferia não Conhecer

Livro

TítuloTerror ao Pequeno-Almoço: A Gestão que Preferia não Conhecer
Autor: Rui Grilo, João Vieira da Cunha, José Manuel Fonseca
Edição: Outubro, 2013
Páginas:208
EditorAtual

"Está escrito em linguagem acessível (com exemplos); o tom é divertido e, sobretudo, analisa um dos maiores desafios dos gestores nos tempos modernos: como conciliar os objectivos de curto prazo com os de longo prazo."- Camilo Lourenço


Sinopse

Gerir provoca ansiedade, confronta-nos com as nossas responsabilidades, as nossas dúvidas e as nossas incertezas. Ser competente ou incompetente não é indolor, é algo extremamente importante para a nossa auto-estima e até para a nossa identidade enquanto pessoas. Gerir faz-nos depender dos outros, de todas as pessoas com quem trabalhamos, e isso, muitas vezes, assusta. Talvez seja por isso que tendemos a simplificar o que é complexo, procurando receitas simples e modelos a seguir. Mas conseguiremos gerir melhor se não nos questionarmos sobre o que fazemos e porque o fazemos? Pensamos que não.
É para isso que serve este livro. Para questionar a ideologia de que os fins justificam os meios. Para mostrar que confiar excessivamente nos números pode produzir precisamente o oposto do que se pretende. Para demonstrar que nada substitui a criatividade humana. E para lembrar a todos os gestores que, acima de tudo, são pessoas e que o seu trabalho é fazer sobressair o que há de melhor em outras pessoas. É verdade que a intimidação, o medo ou as ameaças produzem resultados, pelo menos durante algum tempo. Como o João Vieira da Cunha escreveu numa destas crónicas, o terror é tão eficaz nas organizações como fora delas. Mas será que a sua eficácia pode alguma vez justificar a sua utilização?


Sobre os autores

João Vieira da Cunha João Vieira da Cunha é professor na Universidade Europeia de Lisboa e professor visitante na Universidade de Ashrus, na Dinamarca. É doutorado em Gestão pela Sloan School of Management do MIT e Mestre em Comportamento Organizacional pelo ISPA. A sua investigação procura descobrir como é que as empresas podem tirar partido da desobediência dos gestores e dos colaboradores. Tem publicado nas principais revistas científicas internacionais na área da gestão e colabora regularmente na imprensa. A sua investigação tem ganho vários prémios internacionais de organizações como a Academy of Management e a System Dynamics Society. Os seus clientes de consultadoria e formação de executivos incluem o Banco de Portugal, o Ministério da Saúde, a Novabase e o Barclays Bank.

José Manuel FonsecaJosé Manuel Fonseca, docente universitário na Universidade Europeia em Portugal e e numa universidade na Suécia, tem diversos livros publicados na área da Teoria da Complexidade. É consultor internacional nos domínios da inovação e da Comunicação. Trabalhou como consultor e administrador de empresas em alguns países europeus e em diversos setores da indústria e dos serviços, tendo estado ligado ao projeto do The Lisbon MBA. Atualmente é diretor de vários cursos de executivos na Universidade Europeia da Laureate International Universities. É doutorado em Gestão pela Universidade de Hertfordshire.

Rui-GriloRui Grilo, gestor, doutorado em mudança organizacional pela Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, tem vindo a desenvolver a sua carreira entre o setor público e o privado. Foi coordenador adjunto do Plano tecnológico, diretor do portal SAPO.pt e coordenador de projetos web do Grupo PT, onde também pertenceu à direção de estratégia e desenvolvimento de negócios. Anteriormente chefiou o gabinete do Ministério da Presidência e das Finanças e pertenceu aos gabinetes do Primeiro-Ministro e do Secretário de Estado da Juventude. Atualmente exerce funções de diretor para a educação na Microsoft em Portugal.


Entrevista

PL: O que os levou a escrever estas crónicas e agora a reuni-las e avançarem para a sua publicação? 

Rui Grilo (RG): Não porque faltem livros sobre gestão nas estantes das livrarias, mas sim porque faltam livros que relatem situações com as quais os leitores se possam identificar. 
 
José Manuel Fonseca (JMF): Acho que foi o facto de existirem pessoas a escrever livros sobre o que se pode aprender com gansos. Se há pessoas que nos ensinam a gerir observando elefantes, lobos, galinhas, patos e outros membros da fauna, também seria possível escrever um livro com práticas de gestão que funcionam num espectro larguíssimo de empresas e que depois são diabolizadas por pensadores eméritos e académicos distintos que nunca pagaram salários ao fim do mês e nunca descontaram letras de favor para poderem pagar a fornecedores quando os clientes não pagam.
 
João Vieira da Cunha (JVC): Foram os 15 meses que passei a observar uma multinacional de telecomunicações para a minha tese de mestrado. Nesses 15 meses fiquei convencido que a realidade é muito mais estranha do que qualquer história que a imaginação consiga conceber.

PL: Porquê pegarem nas práticas menos recomendáveis da gestão?

JMF: Porque as mais recomendáveis já vêm nos livros do tipo "temos de ser boas pessoas". E nos manuais de ética da Enron. Falhadas essas boas práticas, era melhor escrever sobre o que efetivamente funciona e faz mover o mundo. 
 
JVC: Não podemos continuar a pregar a eficácia das práticas positivas de liderança enquanto idolatramos as pessoas que gerem pelo terror e pelo medo. 
 
RG: Mesmo que funcione no curto prazo, a gestão pela intimidação deixa cicatrizes profundas na cultura das organizações que é preciso mostrar.

PL: Porque é que os gestores da lusofonia têm de ler este livro?

JVC: Nalguns casos para olhar para o espelho e mudar. 
 
RG: Para lhes confirmar que as dúvidas e dificuldades que enfrentam enquanto gestores são normais e legítimas e para serem excelentes gestores não precisam de ter uma fotografia na capa da revista Time.
 
JMF: Se quiserem inovar e reinventar o mundo devem refletir sobre alternativas. 

PL: O que podemos esperar para o futuro próximo? Para quando novas crónicas sobre a gestão?

RG: Se até os “Contos do Gin Tónico” tiveram uma sequela, penso que temos que começar já a pensar no “Pavor ao Almoço”! Até lá, está mesmo a pedir um blogue, não está?
 
JMF: Podemos tentar num futuro próximo escrever um livro sobre hedge funds, que ensine o cidadão médio a fazer short naked selling com faturas da EDP. Ou sobre as questões de sustentabilidade, responsabilidade social e outros mitos e lendas.
 
JVC: Eu estou a escrever um livro sobre influência nas empresas, um projecto da Universidade Europeia e da Universidade de Aarhus na Dinamarca. Este livro explica que negociar é para falhados, que se você quiser atingir os seus objectivos numa empresa tem que aproveitar a estrutura de laços de vassalagem que se esconde por trás do organigrama. Este livro conta várias histórias que não aparecem no “Terror ao Pequeno-Almoço”.

Leia a entrevista completa com os autores.

Debate do lançamento do livro:


Opinião do Portal da Liderança

Terror ao Pequeno-Almoço. Só o nome já promete e o conteúdo não desilude. 

Como dizem os autores, este livro “põe o leitor frente a frente com todas as práticas de gestão que preferia não conhecer, para o ajudar a encontrar uma prática de gestão na qual se possa reconhecer”, obtendo igualmente resultados não às custas das pessoas mas com as pessoas. E fá-lo com muitos casos concretos de empresas conhecidas de todos e com um humor contagiante.

As abordagens vão-se alterando entre os três autores, através de temas como a orientação para os resultados, essa coisa da liderança, da inovação, a gestão de pessoas, a comunicação, entre outros.

A tónica está na frontalidade, no uso de um discurso que todos percebem e que só não compreenderá e sairá mais rico no final do livro quem assim não o quiser. 

Muitos são os conselhos, desde avaliações de desempenho, remuneração por objetivos, potenciar a inovação, reagir ao erro, cultura corporativa, à ética, entre muitos outros.

Camilo Lourenço fecha o prefácio deste livro com a seguinte frase: “Se o livro ajudar o leitor a olhar para a Gestão como forma de atingir a excelência, apesar da crise que vivemos, julgo que os autores terão conseguido o seu objetivo.” Este é o objetivo último do Portal da Liderança. Este é o meu objetivo. É também o seu? Tenta atingir a excelência diariamente? E leva os outros consigo? 

Se tal ainda é um problema para si e continua em dúvida sobre se os resultados justificarão os meios, leia este livro e a tenha “uma boa dose de persistência, moderada com paciência, tolerância e respeito por quem tem a coragem e o brio de nos dizer o que não queremos ouvir.” Vai ver que fará toda a diferença no atingir da excelência, pessoal e profissional.