Como atrair mais talento no feminino para as áreas tecnológicas?

Como atrair mais talento no feminino para as áreas tecnológicas?
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Com a escassez de talento digital as empresas e organizações procuram, cada vez mais, talento feminino para ocupar funções nas áreas tecnológicas.

Andrea Correia de Jesus

Estudos como o mais recente relatório “The Equality Equation: Advancing the Participation of Women and Girls in Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM)”, do Banco Mundial, mostram que a percentagem de mulheres em funções nas áreas tecnológicas é de 28% a nível mundial, 17% na Europa e 15% em África. E que menos de 30% das mulheres escolhem estudos e formação nas áreas de ciências e tecnologias.

Qual o papel das empresas e organizações para impulsionar a representação feminina em funções tecnológicas e mesmo em estudos nestas áreas?
Numa primeira fase as empresas podem apostar na remodelação e no redimensionamento das funções, bem como em qualificar mulheres com potencial para funções tecnológicas, mesmo que tenham qualificações de base noutras áreas, como gestão de empresas, Direito, ciências sociais e de informação.

Em paralelo, as empresas podem atrair mais mulheres para funções tecnológicas se investirem em aspetos considerados importantes por este grupo:
– oferecer modelos de trabalho que permitam conciliar os desafios profissionais e familiares;
– criar modelos de avaliação de desempenho e de valorização dos colaboradores adaptados ao modelo de trabalho híbrido;
– rever os processos internos de recrutamento e as campanhas de marketing de Recursos Humanos para ir ao encontro das expetativas e valores mais mencionados pelas mulheres;
– desenvolver ou manter as práticas internas de planeamento de sucessão para garantir uma boa representatividade de mulheres em cargos de chefia;
– promover uma cultura propícia à criatividade e inovação, indutora da criação de valor e de resultados sustentáveis.

Verdadeira transformação que se queira sustentável requer um investimento crescente por parte das organizações na flexibilização de modelos de trabalho e na capacitação de líderes enquanto ímanes de talento e mobilizadores de transformação digital. O desenvolvimento de competências de liderança em inovação, inclusão e empoderamento de equipas deve constar no programa de formação de qualquer tipo de organização. Como explica uma manager sénior responsável pela área de desenvolvimento e liderança numa consultora de inovação, “ajudamos os nossos clientes a incluírem pilares essenciais para a atração e a retenção de talento diverso e multidisciplinar nas suas estratégias de Recursos Humanos”. Acrescenta que a “inclusão, nas suas variadas vertentes, é um fator crítico de sucesso e deve ser parte integrante do ADN das organizações, pelo que apostamos em transmitir aos nossos clientes os benefícios da inclusão como potenciador de inovação e em os apoiar na implementação de práticas vencedoras”.

O caminho a percorrer para se alcançar uma representação superior de mulheres em tecnológica ainda é longo, sendo que todos os pequenos passos neste sentido são uma aposta certa no fortalecimento do core de qualquer organização que queira alcançar a meta.

08-03-2023

Portal da Liderança


AndreaJesus

Andrea Correia de Jesus, formada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, é apaixonada pelo desenvolvimento de pessoas. Com experiência estratégica e operacional junto de equipas e stakeholders a todos os níveis, é especialista em desenvolvimento de liderança na empresa internacional de consultoria de gestão LBC. Regressou ao país de origem, Portugal, após uma carreira internacional especializada em gestão de talento – em que trabalhou na Daimler e na Mercedes em países como os EUA, Reino Unido, França, Singapura e, mais recentemente, na Alemanha. O seu foco é colaborar com líderes no sentido de melhorarem o impacto dos negócios na globalização, assim como na atração e no desenvolvimento de talento.