“Politiquices” no escritório? Três estratégias para as contornar

“Politiquices” no escritório? Três estratégias para as contornar
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Ninguém gosta de ser o mau da fita no local de trabalho (bem, a maioria das pessoas não gosta). E o caminho mais rápido para que as coisas corram bem não é dizer aos outros que não podem fazer algo ou, pior ainda, que não vai fazer o que eles querem. Mas a questão é essa.

Os negócios, as empresas, não têm a ver com encontrar novos amigos no Facebook com quem partilhar o que fez no fim de semana. Tem a ver com conseguir que as coisas sejam feitas. No entanto, realizar tarefas e projetos de forma eficiente e eficaz exige a autoconsciência e a consciência do que nos rodeia, no sentido de saber quais as personalidades a alavancar para obter o efeito máximo e quais evitar como a peste.

A expressão “política de escritório” refere-se às estratégias que as pessoas usam para obter apoio para si ou para uma causa. E por norma tem uma conotação negativa porque pressupõe que alguém tem de perder para que outros possam ganhar. Dominar esta política é uma arte, porque há interesses concorrentes, agendas pessoais, redes e alianças – e que representam critérios de decisão escondidos. Basta pensar nos interesses concorrentes entre as equipas de vendas e de marketing: as vendas querem quantificar as encomendas enquanto o marketing quer qualificar o apelo emocional ao cliente. Ambos servem a empresa, mas representam interesses concorrentes entre si.

Há múltiplos interesses e implicações a ter em conta quando aborda desafios estratégicos. Embora o seu negócio possa estar estruturado em silos, as resoluções que cada unidade toma têm efeitos sistémicos. O trabalho é realizado de forma interdependente, e não independente. Se o líder não entender como um projeto ou iniciativa influencia cada pessoa ou o interesse da sua unidade de negócio, uma de quatro coisas vai acontecer ao seu projeto – será prolongado, repetido, duplicado ou eliminado. Não deixe que o campo minado da política do escritório exploda o seu negócio. Considere estas três estratégias para melhor navegar nas águas da "politiquice" da sua empresa:

1. Esclarecer os objetivos
Cada unidade de negócio tem as suas metas. O desafio surge quando os objetivos de cada divisão não convergem para o que a companhia identificou como sendo “sucesso”. Se não há uma imagem clara de como é ganhar/atingir uma meta, as iniciativas de negócios serão semelhantes a um desmancha-prazeres que atira os confettis antes do tempo – os esforços individuais e da equipa disparam em todas as direções.
Se não souber a definição do que é o sucesso da sua empresa, estabeleça-o. Ter clareza poupa tempo e dinheiro. Um estudo da Deloitte constata que ter um enfoque mensal nas metas catapulta o desempenho das empresas analisadas em 10%. A WorkBoard, uma aplicação móvel que ajuda os líderes a esclarecer metas e a alinhar as equipas, conclui que passar apenas 45 minutos por semana a clarificar quais são os objetivos ambicionados permite aos profissionais atingir acima de 85% dos resultados pretendidos.

2. Colocar o telemóvel de parte
Não há nada pior que estar a falar com alguém que verifica constantemente o telemóvel, ou estar a apresentar numa reunião enquanto as pessoas enviam mensagens de texto ou verificam o e-mail. Além de ser uma tremenda falta de educação, a falta de enfoque inibe o desempenho.
Não há multi-tasking (multitarefas), apenas tiras de tempo em que o foco é afinado. As pessoas gostam de ser ouvidas (serve a necessidade humana de se sentirem importantes). Quando parece que ninguém está a ouvir surgem tensões, a comunicação suspende-se e surge o conflito. Faça um favor a si próprio – e aos outros – e preste atenção. A mensagem de texto que estiver a receber naquele momento pode esperar. Se não for possível (isto é, se for um assunto de vida ou morte), não se esqueça de comunicar o “porquê” por detrás das suas ações. Sem informação as pessoas assumem o pior e fazem interpretações/suposições.

3. Olhar as pessoas nos olhos
Na mesma linha, as pessoas que mantêm contacto visual não são apenas bem-recebidas pela audiência, são também apercebidas como sendo mais credíveis. Para as conversas cara a cara (one-on-one), o ideal é manter o contacto visual entre sete a dez segundos. É o suficiente para se sentir confortável, mas não tão longo que se torne esquisito. Fugir com o olhar antes da marca dos sete segundos pode transmitir uma de duas coisas: falta de autoconfiança ou falta de confiança – ambas características essenciais para construir relacionamentos e ganhar o apoio daqueles que o rodeiam. A forma como o líder escolhe estar junto dos outros é um reflexo direto de quem é. E as pessoas fazem negócios com as pessoas que conhecem, de quem gostam e em quem confiam. Ter estas metas bem definidas e estar presente e focado diz aos outros que está pronto para o negócio.

13-11-2018

Fonte: Entrepreneur


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