Entre as principais competências de que os atuais líderes precisam para ultrapassar os desafios encontram-se “estar atento à equipa de forma a atuar como facilitador da sua atividade profissional e, quando se justifique, e as circunstâncias o aconselharem, poder auxiliar em questões de natureza mais pessoal”, afirma o presidente da Mobi.E, empresa que funciona como instrumento do Estado português para a mobilidade sustentável e assegura a gestão dos fluxos energéticos e financeiros resultantes das operações da rede de mobilidade elétrica.
Luís Barroso considera ainda importante “terem uma visão estratégica bem definida sobre o futuro que desejam para a sua empresa ou a área da sua responsabilidade, pois só assim conseguirão transmitir de forma clara os objetivos, tornando-os compreensíveis e motivadores para o resto da equipa”. E, como forma de gerir o tempo com mais eficiência, “saber delegar e planear, procurando antecipar problemas e soluções”, declara o responsável em entrevista ao Portal da Liderança
Tendo a Mobi.E sido criada em 2015, “estamos na fase de criar uma cultura organizacional própria. Neste caminho, procuramos criar mecanismos que permitam a participação de todos para que cada um sinta que a empresa também é um pouco de si, e desenvolvam o seu talento natural para o bem comum da empresa”, explica Luís Barroso. O antigo professor de Cálculo Financeiro é da opinião que, para promover o pensamento criativo e a inovação, se deve “começar por criar um clima organizacional que incentive a partilha de ideias entre a equipa, estando aberto à sua opinião, uma vez que são eles que contribuem diariamente para que a empresa funcione; com isso, têm uma perceção mais próxima dos constrangimentos e das necessidades de melhoramento”. A que acresce “promover o debate dessas ideias. Definir um plano para testar as que resultem desse debate coletivo e implementar as que de facto promovam melhorias. Ou seja: ter um ciclo de desenvolvimento participativo e, muito importante, no final deste processo, monitorizar os resultados obtidos” e recomeçar o processo, “que se deverá tornar num desenvolvimento contínuo” para que “a empresa, melhore e a inovação vá acontecendo à medida das necessidades”.
Quanto a quem está a assumir uma posição de liderança pela primeira vez, a ferramenta mais útil é “ter bom senso”, observa Luís Barroso. Sendo que, com o acumular da experiência, há que “procurar antecipar a evolução dos acontecimentos e focar-se na concretização dos objetivos definidos. Devemos ter uma abordagem ativa em vez de reativa aos acontecimentos”. Veja a entrevista na íntegra:
Quais são os principais desafios de liderança no contexto atual?
Quais são as principais competências de que os líderes precisam para ultrapassar estes desafios?
De que forma está a sua empresa a desenvolver talento e a formar futuros líderes?
Como deve um líder promover o pensamento criativo e a inovação na sua empresa?
Descreva como resolveu uma situação em que a sua equipa não estava alinhada consigo.
Qual considera ser o hábito diário mais eficaz que qualquer líder deve desenvolver?
Que conselho(s) daria a quem está a assumir uma posição de liderança pela primeira vez?
A mobilidade elétrica é um conceito que ainda tem de ser “trabalhado” junto dos portugueses? Qual o papel da Mobi.E nesta questão?
Portugal tem hoje quantos postos de carregamento (rápidos e ultrarrápidos)?
Qual a distribuição geográfica?
Quais são os grandes desafios da mobilidade elétrica em Portugal?
Qual a meta para o final de 2023 em termos de total de postos (público e privado)?
Ainda há uma ideia generalizada de que os postos existentes não são suficientes, de que a cobertura não é ideal – corresponde à realidade?
22-03-2023
Armanda Alexandre/Portal da Liderança
Luís Barroso é presidente da Mobi.E, empresa que funciona como instrumento do Estado português para a mobilidade sustentável, por indicação da tutela, e assegura a gestão dos fluxos energéticos e financeiros resultantes das operações da rede de mobilidade elétrica.
Licenciado em Gestão e mestre em Análise Financeira, foi professor de Cálculo Financeiro na Universidade Lusíada entre 1992 e 2001. Com cerca de três décadas de experiência profissional, iniciou a carreira no Banco Nacional Ultramarino, tendo passado por várias áreas entre 1992 e o ano de 2000, de que se destacam o Gabinete de Planeamento e Orçamento e os serviços financeiros do Departamento de Grandes Empresas. Em seguida ingressou no Caixa - Banco de Investimento, onde esteve até 2007, com responsabilidade nos departamentos de pequenas e médias empresas e de corporate dívida.
Ligado há mais de 15 anos ao setor dos transportes, Luís Barroso exerceu funções de adjunto no Gabinete da Secretária de Estado dos Transportes do XVII Governo Constitucional de Portugal, entre 2007 e 2009. Desde então tem vindo a desempenhar funções de administrador público em diversas empresas no âmbito da mobilidade e transportes, como a Administração do Porto de Lisboa, a Carris, o Metropolitano de Lisboa, ou a Transtejo e a Soflusa e suas participadas Carristur, Ferconsult, Metrocom e Otlis. Preside à Mobi.E desde julho de 2019.
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