O poder do “sim”

O poder do “sim”
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A maior parte das vezes sentimos mais à-vontade em dizer “não” às oportunidades porque algo nos indica que estamos a sair da nossa zona de conforto. Mas é ao dizer “sim” ao que nos deixa mais desconfortáveis que começamos a grande experiência de aprendizagem e liderança.

Miguel Ávila

A maior parte das vezes sentimos mais à-vontade em dizer “não” a oportunidades. Não me convém a deslocação para outra cidade ou país. Não sei que futuro terei nessa nova posição ou empresa. Não serei o melhor candidato. Não tenho muita experiência nessa matéria. Não quero deixar os colegas e amizades. Não, não e não…

Afinal, estamos a dizer “não” porque algo nos indica que estamos a sair da nossa zona de conforto. O autor americano Neale Donald Walsch escreveu que “a vida só começa no fim da zona de conforto”. O empreendedor canadiano Brian Tracy (considerado o maior especialista de coaching do mundo, autor bestseller e orador) diz mais: “só pode crescer se estiver disposto a se sentir estranho e desconfortável quando tenta algo novo”.

Há poucos anos deparei-me com duas ofertas de emprego equivalentes em tudo menos no local e na estrutura organizativa. Uma dessas oportunidades eu já a exercia com naturalidade, tinha uma estrutura e equipa com mais de 150 funcionários, continuaria no mesmo local e até no mesmo gabinete, e tinha uma progressão promocional estabelecida. A outra oportunidade era bem diferente – era em princípio uma posição mais técnica, sem staff mas com a oportunidade de estabelecer uma nova equipa, sem progressão promocional estabelecida mas com presença no conselho de administração da empresa e com os escritórios a 460 quilómetros de minha casa. Depois de analisar as duas oportunidades decidi dizer “sim” à que me deixava mais desconfortável. E aí começou uma grande experiência de aprendizagem e liderança. E tudo pelo poder de dizer “sim”.

10-01-2017

 

MiguelAvilaOPMiguel Ávila, vice-presidente de Qualidade e Conformidade Regulatória na Cordis (ex-Johnson & Johnson) empresa do grupo Cardinal Health que desenvolve e fabrica tecnologia vascular intervencional, é um líder na comunidade luso-americana na Califórnia.
Cofundador, ex-presidente e conselheiro da Aristides de Sousa Mendes Foundation, é cofundador e diretor da editora Portuguese Heritage Publications of California, e ex-presidente do conselho consultivo do Programa de Estudos Lusófonos da San José State University. Autor de várias publicações, foi, durante 16 anos, diretor-adjunto do jornal Tribuna Portuguesa, do qual é diretor desde outubro de 2015. 
Natural de Angra do Heroísmo, nos Açores, é licenciado em Ciências Biológicas e mestre em Administração Pública pela San José State University. Iniciou a carreira profissional como químico na BioTrack (produtos de monitorização de fármacos terapêuticos da Ciba-Corning). Seguiram-se 21 anos na Johnson & Johnson (J&J), onde mais recentemente foi diretor executivo de Qualidade e Conformidade Regulatória na Cordis. Entre março de 2011 e julho de 2015 ocupou o cargo de diretor executivo de Qualidade e foi membro do conselho de administração da Mentor Worldwide LLC, do grupo J&J, empresa em que ingressou como diretor de Engenharia da Qualidade, responsável pela introdução de novos produtos; ainda na Mentor, assumiu responsabilidades acrescidas em Qualidade e Conformidade Regulatória, assim como Qualidade e Assuntos Regulatórios na sucursal Pérouse Plastie, em França. Antes da Mentor, dirigiu um programa do setor de dispositivos médicos na J&J. Também ocupou o cargo de diretor de Qualidade e Pesquisa na Conor Medsystems, na Califórnia; e foi diretor mundial de Sistemas de Qualidade na Cordis Corporation em Miami Lakes, Flórida. Ocupou ainda cargos de gestão por mais de dez anos em Operações de Qualidade, Laboratórios, Engenharia da Qualidade, Desenvolvimento de Novos Produtos e Sistemas de Qualidade na LifeScan.