Inovar e ser bem-sucedido? A nova geração de empreendedores diz que sim!

Inovar e ser bem-sucedido? A nova geração de empreendedores diz que sim!
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Portugal é um país de fazedores. Somos desenrascados e inovadores. E nos últimos anos temos feito bastante – basta olhar para Portugal há dez anos, ou mesmo há cinco, e ver onde estamos agora. 

Francisco Costa Leite 

Se, enquanto portugueses, todos tivemos a nossa parte de responsabilidade por essa mudança, podemos identificar dois grupos de pessoas que merecem uma boa parte dos louros.

Por um lado, temos grandes capitães da indú­stria a levar para a frente alguns dos nossos antigos setores. São engenheiros e gestores com muitos anos de experiência, que percebem tanto da matéria-prima que trabalham quanto da arte de gerir um negócio. Reinventaram completamente a indústria do calçado, a dos tecidos e da moda. Fizeram da indústria do vinho maior e melhor do que nunca – colocaram-na quase literalmente nas bocas do mundo. A da cortiça... A lista, devemos orgulhar-nos em dizê-lo, é longa. 

Por outro lado, um grupo de jovens a quem ninguém estava a prestar grande atenção, vindos de vários cursos (alguns até de nenhum) e de todos os cantos do país, começaram a reunir-se em Lisboa. Começaram a empreender e a programar e a criar negócios onde ninguém via oportunidades, até que fizeram de Portugal um dos mais vibrantes ecossistemas de start-ups da Europa. Criaram emprego para a sua geração, lançaram empresas que começam a ser globais, contribuíram para que a WebSummit e tantas empresas internacionais se instalassem na capital do país. 

Cada um destes grupos de líderes se esforça por levar as suas empresas, os seus setores, e o seu país para a frente. Onde uns têm visão, os outros têm a vontade de querer fazer, de experimentar e ver o que dá (“Get sh*t done” é uma das máximas preferidas destes empreendedores). Onde uns estão há anos a ter sucesso, os outros sabem que vão ter de falhar muito para conseguirem chegar a uma ideia vencedora. São perfis e valências muito diferentes, as que caracterizam uns e outros. São perfis e valências que são complementares. 

Começamos a ver os primeiros líderes a perceber isso: pessoas como Mira Amaral, que não só é administrador da SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação, como se tornou chairman do grupo Busy Angels; ou o Paulo Bessa, diretor-geral da Amorim Cork Ventures, que já há dois anos reúne start-ups que trabalham cortiça de todo o mundo para ver, ouvir e perceber o que estão a fazer. 

Temos imenso para aprender uns com os outros. Temos imenso para ensinar. As grandes indústrias podem e devem aproveitar o dinamismo destas start-ups para conseguirem pensar mais rápido. As start-ups têm de começar a pensar como podem aproveitar as necessidades dos gigantes nacionais para crescer. Se trabalharmos juntos, se “vendermos” Portugal por inteiro, vamos mais longe. 

É isto que o TheNetwork quer fazer. É este o meu projeto pessoal. Conseguir juntar empresários e empreendedores de todo o país, aproximar conhecimentos, criar oportunidades e unir Portugal. Dias 26 e 27 de setembro vamos fazer um primeiro evento em São João da Madeira: com mais de 20 oradores, entre empreendedores e empresários nacionais e internacionais. Convido-vos a se encontrarem connosco lá. 

15-09-2017


Francisco Costa Leite Little

Francisco Costa Leite, apesar da formação em Turismo pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD ), decidiu apostar na organização e produção de eventos corporate. Nesse sentido, desenvolveu iniciativas na cidade de Vale de Cambra (sua terra natal) a partir de 2013 e, posteriormente, assumiu a liderança e a constituição da associação Rede Scientiae, em 2014. Esta experiência – que se revelou um sucesso numa altura em que Portugal atravessava um período complicado, com a recém-saída do programa de assistência financeira – permitiu-lhe ingressar em diversas agências de eventos nacionais, entre elas a LineUp, onde se manteve dois anos.
Entretanto, e com o objetivo de desenvolver as suas próprias ideias e iniciativas, foi responsável pela marca Connect Your Future em 2015, evento que reuniu mais de 200 participantes em Lisboa. E cujo sucesso serviu de kick-off para a iniciativa TheNetwork em São João da Madeira, a decorrer no final de setembro; aqui o mote principal é descentralizar e aportar boas iniciativas a outras zonas do país que não apenas os grandes pólos, abraçando novos projetos e promovendo a discussão e a aproximação de vários setores, entre os quais (e essencialmente) o empreendedorismo, a indústria e o investimento.