Uma experiência fantástica! – É o que posso dizer após ter participado na missão empresarial a Silicon Valley no âmbito do Global Strategic Innovation: International Executive Program. Um verdadeiro upgrade ao software do cérebro: o meu mindset de regresso é muito mais rico.
Marcelo Franco de Sousa
Na base de todas as diferenças visíveis penso que está a forma como eles utilizam a cognição, não necessariamente porque os americanos sejam mais inteligentes que os europeus, mas seguramente porque exploram as capacidades cognitivas de uma forma muito mais assertiva.
É obrigatório compreendermos a cultura deles, não para fazer o mesmo, mas para elevar os nossos padrões de competitividade.
Destaco três fatores que observei e considero serem centrais na cultura empresarial americana:
Velocidade Foco Compromisso
Na velocidade são como o tempo, nunca param, nem para almoçar, não desperdiçam tempo com coisas menores e não estão sempre a queixar-se.
No foco, a atenção dada ao mercado, nomeadamente a importância das vendas, é verdadeiramente impressionante: vendas, vendas e vendas.
No compromisso não está em causa não chegar à meta, falhar não é motivo para desistir nem para desanimar ou muito menos desqualificar, falhar é simplesmente uma etapa do processo, como na ciência.
A confiança nas pessoas, o acreditar nas ideias/projetos e a disponibilidade de investidores para o efeito são uma realidade totalmente distinta da nossa realidade bancária.
Para os investidores o atrativo determinante é ser um projeto que venha a resolver um problema que ainda não tem solução.
Para a valorização inicial do projeto o determinante é a taxa de crescimento do negócio/vendas.
É evidente que a escala que têm – em tudo, é um acelerador determinante.
Ninguém tem lugares garantidos, não existem os mesmos vínculos contratuais a nível laboral, apenas as competências distintivas criam vínculos.
É evidente que existem outros fatores, ou valores, como a não aversão ao risco, onde o interesse e a curiosidade estão claramente à frente do medo, do desconhecido ou do receio de falhar.
Destaque também para uma visão de longo prazo, onde a importância dos projetos ligados à inteligência artificial e ao desenvolvimento tecnológico, ou seja, a procura pela sustentabilidade no futuro, está sempre presente.
E, transversal a tudo isto, há uma coisa fantástica, a informalidade! Em tudo: no trato, no acesso, no estar, no fazer… parecendo que não, elimina muitas barreiras.
Parabéns à organização do programa!
14-12-2018
Marcelo Franco de Sousa, diretor-geral da Matcerâmica.