Reputação e liderança: um legado a fortalecer num mundo VUCA

Reputação e liderança: um legado a fortalecer num mundo VUCA
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Construir e fortalecer a reputação é uma missão de cada um dos colaboradores e uma prioridade dos líderes, que são o seu exemplo e inspiração, os seus mentores e guardiães. 

Inês Caldeira

No último ano o mundo mudou mais que nos últimos cinco. Nesta época em que a volatilidade, a incerteza, a complexidade e ambiguidade são a nossa principal certeza e o conceito VUCA (volatility, uncertainty, complexity, ambiguity) domina à escala planetária, como pode um líder contribuir para uma reputação empresarial robusta e duradoura?

Analisando empresas às quais é reconhecido um forte percurso de reputação, parece certa a existência de uma correlação positiva entre este legado consolidado ao longo do tempo e a capacidade de resiliência da organização.


Se é certo que a reputação pode perder-se num dia, quando a qualidade, a inovação e a eficácia se mantêm por décadas, e quando a transparência e a responsabilidade estão à vista de todos, a confiança e a credibilidade significam alguma coisa. Por isso mesmo, acredito que a reputação, desde que bem consolidada e alimentada para acompanhar a mudança, tem condições para perdurar, ultrapassando os desafios do tempo. Se esta é uma missão exigente? Certamente.

Construir e fortalecer a reputação é uma missão de cada um dos colaboradores e uma prioridade dos líderes, que são o seu exemplo e inspiração, os seus mentores e guardiães.

Além de definirem estratégias e prioridades, cabe aos líderes assegurar a ética, a compliance e o risco operacional, antecipar impactos tecnológicos, demográficos e culturais, acompanhar um fluxo de informação cada vez mais global mas individualizada… e cabe-lhes fazer tudo isto ao mesmo tempo que preservam o legado de reputação já construído.

Tenho a sorte de dirigir uma das empresas com melhor índice de reputação em Portugal, e tive o privilégio de trabalhar com o líder que a iniciou, traçando com mestria o caminho e o conceito de uma empresa-cidadã: Armando Paes. Menciono-o não apenas pela admiração que me merece mas porque foi ele quem estabeleceu relações fortes com os principais stakeholders; o artesão de uma liderança indiscutível e do legado de reputação que hoje perdura.

É este império que continuo a consolidar, com princípios éticos fortes, um estilo de liderança próximo, o mesmo sentido de exigência e toda a capacidade de inovação.

Com o apoio de uma organização global e o comité executivo em Portugal em uníssono, temos dado novos passos na consolidação deste legado através de iniciativas como o ambicioso programa de sustentabilidade e cidadania Sharing Beauty with All, e de programas de recrutamento e recursos humanos como o Brandstorm e o Share & Care, que nos permitem recrutar e reter os melhores talentos.

É este o caminho que faz sentido continuar a percorrer neste mundo VUCA, sem esquecer que a reputação honra o passado mas tem sempre um pé no presente e um olho no futuro!

31-05-2016

 

InesCaldeiraInês Caldeira, diretora-geral da L’Oréal Tailândia, Cambodja e Laos, iniciou o percurso na empresa aos 22 anos, para mais tarde se tornar na primeira mulher a liderar a companhia e na mais jovem gestora de sempre à frente da multinacional no mercado português. Com o curso de Economia pela Universidade Nova de Lisboa, ingressa na L’Oréal Portugal como estagiária no marketing da Divisão de Produtos de Grande Consumo (DPGP, área que congrega marcas como L’Oréal Paris, Garnier e Maybelline); aqui passa a gestora de produto júnior e depois a sénior. Aos 25 anos transita para a sede do grupo L’Oréal, em Paris, onde integra a equipa de Desenvolvimento de Marketing Internacional e trabalha o desenvolvimento dos mercados asiáticos. Dois anos depois, em 2006, regressa a Portugal como responsável do marketing da marca Garnier. Em 2008 está de volta a França para ocupar o cargo de diretora de marketing da DPGP para a Europa. Em 2010 assume a direção de marketing da L’Oréal Paris, e em seguida torna-se diretora-geral da insígnia. Em 2012 muda-se para Espanha, para exercer funções na direção de marketing da L’Oréal Paris. Dois anos mais tarde está de regresso a solo luso para liderar a filial do Grupo L’Oréal no mercado português, como country manager. Em 2018 é nomeada CEO da operação na Tailândia.