Daniel Bessa: Questiono-me muitas vezes se o líder deve ser o primeiro ou o último a falar

string(35) "//www.youtube.com/embed/kgd8iYU--ic"

Daniel Bessa: Questiono-me muitas vezes se o líder deve ser o primeiro ou o último a falar
4 minutos de leitura

O economista confessa que se pergunta muitas vezes “se o líder deve ser o primeiro ou o último a falar. Penso que há momentos, sobretudo em matéria de valores e de grandes orientações, em que o líder tem a obrigação de ser o primeiro a falar, porque há um rumo que é indispensável traçar. Mas na hora “do fazer” e das operações, sinto-me muito confortável em ser o último, em ouvir o que os outros têm a dizer”. Daniel Bessa frisa que, em termos do hábito diário mais eficaz que qualquer líder deve adotar, “há pessoas na organização, que nos reportam diretamente, que devem ser ouvidas”. “E se houver alguma informação que possa ser fornecida com regularidade diária, não a descuraria”, adianta o ex-ministro da economia do XIII Governo Constitucional (liderado por António Guterres).

O autor e ex-docente considera que, para crescer enquanto líder, há que ser “capaz de aprender com os erros. Com os sucessos, não aprendemos muito, até porque numa organização bem-sucedida os sucessos deverão suceder-se. O erro é um grande fator de aprendizagem se quisermos aprender com ele”.

Quando se trata de avaliar o próprio desempenho, o antigo professor não facilita. “A experiência em que me revejo mais como um líder é a da Escola de Gestão do Porto, que foi fantástica (em que a Escola dependia praticamente do Orçamento do Estado, e quando viemos embora tinha mais de 95% de receitas próprias) – correu muitíssimo bem e só poderia classificar com 10” [de 1 a 10]. “Mas foram dez anos numa vida profissional de 40 e muitos. Se há coisas que correram bem, há coisas que correram muito mal”. Como tal, classifica-se “acima de 5, abaixo de 6 – um Suficiente Menos, para não me martirizar”. “Agora, liderar, traçar um caminho, fazer com que a organização nos seguisse – acima de medíocre”.


Como promove o pensamento criativo e a inovação na sua organização?


O que faz para garantir que continua a crescer e a desenvolver-se enquanto líder? 


Que conselho(s) daria a um funcionário que está a assumir uma posição de liderança pela primeira vez?


Descreva um momento em que a sua equipa não concordou consigo. Como se resolveu a questão?


Como a pessoa que menos gosta de si o descreveria?


Na escala de 1 a 10, quão realizado está? Porquê?


Qual é a importância de prémios como os Best Leader Awards?


Nota: Entrevista cedida no âmbito dos Best Leader Awards 2016.


11-05-2016


Vanda Batista, Armanda Alexandre/Portal da Liderança


Daniel Bessa é licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (de onde é natural), e doutorado em Economia pelo Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa. Com um extenso percurso na vertente académica, foi docente na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, no Instituto Superior de Estudos Empresariais da Universidade do Porto (ISEE), e na Escola de Gestão do Porto, onde exerceu funções como presidente da direção; e foi presidente do conselho de representantes da Faculdade de Direito da Universidade do Porto.
De outubro de 1995 a março de 1996 foi ministro da Economia, Indústria, Comércio e Turismo do XIII Governo Constitucional, liderado por António Guterres. Entre 2009 e o início de 2016 ocupou o cargo de diretor-geral da COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. É administrador e consultor em várias empresas em regime de profissional liberal. Tendo a macroeconomia como área de especialização, o autor de “O Processo Inflacionário Português 1945-1980” tem artigos publicados em várias revistas, bem como intervenção regular em conferências, seminários e na comunicação social portuguesa.