Até que ponto o medo está a influenciar os seus resultados?

Até que ponto o medo está a influenciar os seus resultados?
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Quais são os seus receios no que se refere à vida profissional? Conseguir reconhecê-los é o primeiro passo para ganhar confiança e começar a atuar sobre os mesmos.

Martha Duesterhoft

Quando ouve a palavra “medo”, o que lhe vem à mente? Para mim, geralmente tem uma conotação negativa. No entanto, consigo pensar em coisas positivas que podem resultar de termos um medo saudável de algo. Afinal de contas, é provavelmente a emoção que impulsiona o instinto de sobrevivência e nos ajuda a permanecer vivos!

Seguem-se alguns dos receios comuns no que se refere ao mundo dos negócios:
- Medo de parecer mal
- De se sentir inferior
- Medo de falhar
- De desapontar os outros
- Medo de ser deixado de fora/de não pertencer.

O medo é claramente uma emoção que impulsiona o comportamento. A questão a considerar é: está a impulsioná-lo para resultados que o ajudam ou o prejudicam?

Além do impulso para nos mantermos vivos, há mais exemplos de resultados positivos conduzidos pelo medo. Por exemplo, atingir ou exceder as vendas/objetivos de desempenho. O receio de parecer mal por comparação com os colegas pode ser o combustível de que precisa para ir mais além e ter um desempenho de topo.

Ter medo de ser deixado de fora/não pertencer a um grupo pode impulsionar o esforço em termos de comunicação e de construir relacionamentos.

Ter receio de parecer mal pode levar a mergulhar num projeto complexo ou investir tempo extra para fazer um trabalho de alta qualidade e assim sobressair.

Claro que há um lado menos positivo do medo enquanto catalisador do comportamento. O mesmo receio de parecer mal pode levar a pessoa a não admitir os seus erros, a culpar os outros ou até a tentar encobrir o erro cometido.

Se tem medo de se sentir inferior, pode tentar justificar o feedback desfavorável ou fingir que não vê como pode aprender com a outra pessoa.

Ou então, se receia dececionar os outros, pode ter dificuldade em dizer “não” ou simplesmente tornar-se num capacho, permitindo que se aproveitem de si.

Assim, tentemos decompor o medo (o que requer que se veja bem ao espelho, sem fingir que está tudo bem). Tem de seguir cinco passos:

Passo 1: Quais são os seus receios no que se refere à vida profissional? Anote-os.

Passo 2: Avalie como está a responder a esses medos. Que comportamentos está a ter?

Passo 3: Faça uma pausa e reflita. Quais os resultados positivos que teve? E os resultados negativos?

Passo 4: Seja verdadeiro consigo mesmo. Os resultados positivos estão a contribuir para os seus objetivos de carreira? Está feliz? Os resultados negativos estão a fazê-lo descarrilar? Quer fazer algo diferente?

Passo 5: Reconheça o que está a fazer para alcançar os resultados positivos e o que deve continuar a fazer. Nos resultados negativos, pense nos comportamentos de substituição que pode começar a ter no sentido de ganhar confiança (por exemplo, procurar o feedback dos seus críticos, admitir os erros, reconhecer o bom trabalho dos outros).

Ao reconhecer os seus medos torna-se vulnerável. E ser vulnerável é muitas vezes incompreendido no ambiente de negócios. A verdade é que é a chave para construir relacionamentos profundos e duradouros. Quando está vulnerável liga-se a outras pessoas que muitas vezes sentem o mesmo sobre si mesmas. Isto é fundamental na criação de confiança. E quando tem relações de confiança as pessoas apoiam-no e ajudam a superar os receios que estão a impulsionar os comportamentos negativos.

“Não há problema em ter medo. Estar assustado significa que está prestes a fazer algo muito, muito corajoso”.
Mandy Hale, escritora bestseller

Fonte: PeopleResults  

15-01-2019  


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MarthaDuesterhoftMartha Duesterhoft é partner na consultora americana PeopleResults.