Como gerir a inteligência emocional? Com estas questões

Como gerir a inteligência emocional? Com estas questões
8 minutos de leitura

Aprimorar a nossa inteligência emocional começa com a colocação das perguntas certas. Como as que se seguem.

A forma como nos sentimos tem um papel importante nas decisões que tomamos. Daí ser crucial aprendermos mais sobre o modo como as nossas emoções funcionam. A inteligência emocional (IE) é a capacidade que uma pessoa tem para reconhecer as emoções, compreender o seu efeito, e usar essa informação para nortear o pensamento e o comportamento.

O trabalho de aperfeiçoar a nossa IE começa por aprendermos a fazer as perguntas certas. Estas fornecem-nos informação valiosa sobre o papel que as emoções desempenham no nosso dia a dia, de acordo com Justin Bariso, fundador da consultora americana Insight, nomeado pelo LinkedIn em 2015 um dos seus três principais escritores de gestão do ano, e cujo primeiro livro, “EQ Applied”, é um guia prático para desenvolver a inteligência emocional. O autor refere num artigo na Inc.com que há questões que nos ajudam a entrar em contacto com as nossas emoções e com as emoções das pessoas com quem interagimos numa base diária. As perguntas que se seguem são um trecho do seu livro. O escritor frisa que não se trata de uma lista que tem de ser verificada com periodicidade, as questões pretendem antes ajudar a desenvolver a compreensão das emoções (as nossas e as dos outros), bem como o efeito poderoso que têm nas pessoas. E refere que, à medida que nos vamos familiarizando com as perguntas, vamos tendo maior capacidade de ser mais pró-ativos e menos reativos. 

Autorreflexão
1. Em termos do meu comportamento emocional, como me descrevo?

2. Por que respondo dessa maneira?

3. As outras pessoas concordam com esta avaliação?

4. Em quem confio para poder fornecer-me uma perspetiva valiosa sobre a forma como os outros me veem?

5. De que forma pode a minha disposição geral afetar o meu estilo de comunicação e tomada de decisão?

6. Com que tipo de disposição estou agora?

7. Quais são as razões para a minha disposição atual?

8. Como pode a minha disposição atual afetar a minha tomada de decisão e o meu estilo de comunicação? 

Pensamentos, sentimentos e ações
9. Como classifico a minha autoestima e autoconfiança?

10. Como é que a autoestima e a autoconfiança afetam a minha tomada de decisão?

11. O que posso fazer para aumentar a autoestima e a autoconfiança? (Ou como posso mantê-las?)

12. Quais são os meus maiores desafios ou fraquezas?

13. Por que tenho tanta dificuldade em os gerir?

14. Como posso mitigar as minhas fraquezas?

15. Preciso de pedir mais desculpas?

16. Peço desculpas demasiadas vezes?

17. Digo “não” demasiadas vezes?

18. Preciso de dizer “não” com maior frequência?

19. Fico facilmente com ciúmes? Porquê?

20. Tenho dificuldade em perdoar? Porquê?

21. Passo a maior parte do meu tempo a pensar em quê?

22. Deveria passar mais tempo a pensar em quê?

23. Como passo a maior parte do meu tempo livre? Porquê?

24. Em que é que desejo passar mais tempo?

25. Estou aberto a outras perspetivas?

26. Posso ser mais recetivo, mantendo os meus valores fundamentais?

27. Ou deixo-me levar muito facilmente pelos outros?

28. Deveria ser mais cético? Ou menos?

29. Quais as características dos outros que considero mais irritantes? Porquê?

30. A minha comunicação é agressiva?

31. Como mudaram as minhas crenças ao longo dos anos? Por que mudaram?

Lidar com situações emocionalmente pesadas
32. Em que situações respondo de forma diferente do que gostaria?

33. Nestas situações, como posso ser mais pró-ativo em vez de reativo?

34. Como quero enfrentar este desafio da próxima vez que surgir?

35. Quando me debato com uma situação (um beco sem saída ou uma relação desagradável), o que não gosto?

36. Por que não gosto, especificamente?

37. O que posso fazer sobre isso?

38. Apesar das partes negativas, que aspetos positivos posso identificar?

39. Quando estou decidido em relação a uma situação – de forma positiva ou negativa – como podem as minhas emoções toldar o meu discernimento?

40. Quais são os factos verificados, versus o que eu sinto (ou o que alguém me convenceu) que é verdade?

41. O que posso ter percebido mal ou posso estar a perceber mal?

42. Quão importante é para mim? (Como me sentirei sobre o assunto amanhã? Numa semana? Daqui a cinco anos?)

43. Como se relaciona com as minhas prioridades e valores gerais?

44. Como se encaixa no quadro geral?

45. Como vai a minha decisão afetar as pessoas de que gosto?

46. ​​Se eu disser ou fizer isto, o que acontece a seguir?

47. Em quem confio que possa dar-me uma perspetiva valiosa sobre como os outros veem esta situação?

Quando recebo críticas
48. Colocando os meus sentimentos de lado, o que posso aprender com esta perspetiva alternativa?

49. A crítica tem um fundo de verdade?

50. A pessoa que me critica está a tentar prejudicar-me ou afetar a minha autoconfiança?

51. Em vez de me focar na forma como me é dito, como posso usar este feedback para me ajudar ou ajudar a minha equipa a melhorar?

Desenvolver empatia
52. O que tenho geralmente em comum com o meu parceiro de comunicação?

53. Como me senti quando passei por uma situação semelhante como esta pessoa?

54. Se não tivesse passado por isto, como me sentiria?

55. Por que pode esta pessoa sentir de forma diferente de mim?

56. Como pode o seu percurso/background afetar os seus sentimentos?

57. Que circunstâncias adicionais, atenuantes, poderiam desempenhar um papel na forma como me sinto?

58. Se não consigo identificar-me com os seus sentimentos nesta situação, em que outro conjunto de circunstâncias me senti (ou se sentiria) do mesmo modo?

59. Como iria querer que alguém me tratasse nestas circunstâncias?

60. O que posso fazer para melhorar a situação?

Lidar em geral com os outros
61. Tendo a concentrar-me nas características positivas ou negativas dos outros?

62. Geralmente dou aos outros o benefício da dúvida? Porquê ou porque não?

63. Separo o julgar as ações do julgar os indivíduos?

64. Tendo a “congelar as pessoas no tempo”? Ou seja, associo-as a uma ação específica no passado (positiva ou negativa)?

65. Em relação às pessoas com quem interajo regularmente, o que gosto em cada uma delas?

66. Que potencial vejo?

67. Quando foi a última vez que elogiei esta pessoa de forma sincera (e específica), na base de um-para-um?

68. Se não gosto nada de um comportamento, como devo comunicá-lo?

69. Se não posso expressar o meu desagrado (ou verbalizá-lo foi ineficaz), de que outra forma posso lidar com a situação?

Compreender as emoções dos outros
70. Em termos de comportamento emocional, como descreveria o meu parceiro de comunicação? Porquê?

71. Como pode a disposição geral dessa pessoa afetar o meu estilo de comunicação e de tomada de decisões (e a sua reação ao meu estilo)?

72. Com que disposição está essa pessoa agora? Por que se sente dessa forma?

73. Como pode o humor desta pessoa afetar o meu estilo de tomada de decisão e comunicação (e sua reação ao meu estilo)?

74. Como posso trabalhar mais com o meu parceiro, em vez de trabalhar contra ele?

Ao preparar-me para uma discussão emocionalmente pesada
75. Quando seria o momento ideal para falar sobre isto?

76. Qual o melhor local para ter esta conversa?

77. Como posso enquadrar a discussão de forma a transmitir as minhas verdadeiras intenções?

78. Além de me concentrar na minha mensagem, como posso dizer as coisas de forma a ser compreendido?

79. Qual o contexto que o meu parceiro precisa de saber para entender melhor a minha posição?

80. Como posso expressar o meu descontentamento com uma ação, em vez de com a pessoa?

81. Que falhas posso admitir a fim de demonstrar sinceridade e humildade?
 

Colocar em prática
Nenhum de nós pode entender perfeitamente, muito menos controlar, cada reação emocional. Mas ao familiarizarmo-nos com estas questões conseguiremos perceber de forma natural o papel que as emoções desempenham no nosso quotidiano – permitindo-nos geri-las de forma mais eficaz.

28-05-2018


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