IA: adoção é uma questão de liderança

IA: adoção é uma questão de liderança
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Os líderes têm a responsabilidade de se manterem atualizados em relação às últimas tendências e inovações, e de garantir que as suas equipas também estão preparadas. As ferramentas com inteligência artificial (IA) são uma oportunidade única para melhorar a produtividade e a eficiência.

Diogo Cardoso

Temos testemunhado uma autêntica revolução no mundo empresarial desde o disruptivo boom da IA na forma do ChatGPT e da generative AI (IA generativa). Estas novas ferramentas têm não apenas transformado a maneira como interagimos com a tecnologia, mas também a forma como otimizamos a utilização do nosso tempo e a realização de tarefas. Na qualidade de líderes temos a oportunidade, e até mesmo a obrigação, de adotar estas novas tecnologias para melhorar os nossos negócios.

O foco do diálogo em torno destas ferramentas de IA centra-se na criação de novos produtos, e, embora seja uma aplicação valiosa, tal perspetiva tende a desvalorizar o valor imediato que estas ferramentas podem proporcionar às nossas operações diárias. São os denominados quick wins (ou ganhos rápidos). O universo da IA vai além do ChatGPT, e a sua influência permeia já quase todos os aspetos do nosso trabalho. Como líderes, devemos incentivar as nossas equipas a não se limitarem a utilizar apenas uma ferramenta, quando o mercado nos proporciona uma vasta gama de opções, todas com potencial para aumentar a eficiência e o valor das nossas operações. Devemos ter uma mentalidade recetiva à experimentação com novas ferramentas e identificar assim quais as que se traduzem em valor acrescentado no nosso contexto.

À data de hoje encontramos ferramentas com IA aplicáveis a uma grande variedade de áreas profissionais. Abaixo elenco algumas das categorias/funções nas quais esta tecnologia teve um impacto significativo e pode trazer mais valor e mais produtividade de forma simples e imediata:

- Tradutores. A tradução é uma área que pode beneficiar muito com a IA porque, ironicamente, o resultado irá aproximar-se mais de uma tradução humana se recorrer a inteligência artificial em vez de uma tradução literal, por assim dizer. Exemplo: DeepL, mas quase todos os tradutores mais conhecidos recorrem a IA de uma forma generalizada.

- Assistentes de código. Para programadores, já existem vários assistentes que, enquanto se escreve o código, sugerem opções para concluir essa linha de código ou até para as próximas linhas. Já se tornou um pouco impensável eu programar sem ter uma destas ferramentas a auxiliar-me, por exemplo: o GitHub Copilot ou o MutableAI.

- Geração de imagem ou vídeo. Através de uma frase ou tags introduzidas pelo utilizador, estas ferramentas geram as imagens ou vídeos correspondentes. A maior parte gera várias opções de uma só vez de forma a acelerar o processo de seleção do resultado desejado. Além da geração de imagens, também já existem ferramentas para edição de imagens com recurso a IA, como a Freepik ou a RunwayML, mas existem muitas mais.

- Criação de conteúdo. A IA também é muito útil para criar conteúdo, por exemplo, ao gerar pitches com base em textos, ou parágrafos com base em bullets. A prova disso é que metade deste artigo foi escrito com recurso ao ChatGPT!

A adoção destas novas tecnologias é uma questão de liderança. Os líderes têm a responsabilidade de se manterem atualizados em relação às últimas tendências e inovações, e de garantir que as suas equipas também estão devidamente preparadas. As ferramentas com IA oferecem uma oportunidade única para melhorar a produtividade e a eficiência. Em última análise, a adesão a estas tecnologias não é apenas uma forma de otimizar as operações, é uma maneira de garantir que as nossas organizações estão prontas para o futuro. A era da IA está aqui, e cabe a nós, enquanto líderes, garantir que aproveitamos ao máximo as oportunidades que proporciona.

19-07-2023

Portal da Liderança


DiogoCardosoCom um mestrado em Engenharia Informática pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, Diogo Cardoso tem uma carreira que engloba uma década de experiência dividida entre as áreas empresarial e académica. Envolvido em projetos internacionais em países como Angola, Bélgica, Espanha, EUA, México, Portugal e Reino Unido, é experiente na liderança técnica de equipas pluriculturais, tendo o hábito de absorver o que de melhor se faz a nível global para adaptar à sua realidade.
De momento, enquanto lead software engineer e manager na LBC, destaca-se pela união entre as competências técnicas e de gestão, reafirmando o seu compromisso com a excelência.