A vida é uma estrada: As curvas e contracurvas da vida - Lidere na mudança e na incerteza

A vida é uma estrada: As curvas e contracurvas da vida - Lidere na mudança e na incerteza
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A vida é uma estrada. Uma estrada à moda antiga, com muitas curvas e ondulações. Ao contrário das autoestradas onde se vai mais rápido, mais tranquilo e mais seguro, as estradas tradicionais têm mais ação.

Com mais curvas, são mais lentas mas também estão mais próximas das localidades. Passam por elas e assim vêm-se mais pessoas, mais casas, mais vida. E a vida é toda essa realidade, a de descobrir pessoas, os seus comportamentos, sofrimentos e atitudes.

Todos nós já assimilámos a ameaça que tem vindo a pairar sobre os profissionais - não existem empregos para toda a vida. Com esta realidade, as pessoas tendem a sentir-se inseguras porque a cada momento podem perder a estabilidade do emprego que têm.

Nas curvas e contracurvas da vida, duas pessoas que hoje estejam frente-a-frente a tentarem fechar um acordo pelas suas empresas, estão também sem saber se no dia seguinte ainda representam essas ditas empresas. Muitos profissionais deitam-se apavorados com o dia seguinte, sobre o que encontrarão na caixa de email ou na conversa com o seu superior hierárquico.

O poder nos profissionais é muito frágil e transita com muita ligeireza. Isso está a condicionar imenso o comportamento das pessoas, quer nas atitudes tomadas internamente, quer nas com o exterior e, mais grave ainda, essa fragilidade nota-se.

Ainda que não seja a solução divina para os “enjoos da estrada”, atrevo-me a sugerir dois pensamentos:

1. Para cada ameaça existe uma oportunidade.
Sendo a ameaça o facto de uma pessoa já não ter emprego para toda a vida e poder ser forçada a mudar, a oportunidade é estar preparado. As pessoas devem estar sempre preparadas para a mudança, preparação essa que vem de muita formação e de muita atenção ao que nos rodeia, como sendo outras empresas e outras funções. Sugiro-lhe que não se acomode na sua função, quer em termos de conhecimento quer de informação, mesmo que se sinta seguro e da empresa lhe transmitir confiança.

Ao melhor pode suceder o pior e o ditado já diz – “só morre afogado quem sabe nadar” – num claro apelo aos cuidados a ter com o excesso de confiança.

2. As mudanças existem e devem ser lideradas.
As pessoas normalmente não querem as mudanças porque acarretam incerteza, mas não há volta a dar. Tem de ser. Para gerir bem as eventuais mudanças e evitar angústias e stress, aconselho-o a cuidar do seu posicionamento. Posicione-se bem, e bem é assumir o comando e não se deixar ir a reboque de qualquer mudança, de nenhuma mudança. Proponho seriamente que opte por ir sempre na linha da frente. Se há que mudar, então que seja com um contributo ativo. Que sejamos nós a influenciar a mudança, não deixar que os outros as provoquem e nos condicionem. Ir a reboque é estar sujeito ao que os outros fazem. É muito mais incerto e...a incerteza stressa.

A vida é como uma estrada e a cada curva pode estar uma adversidade, um risco. Não há forma de tornar a vida mais previsível do que aceitá-la como um desafio contínuo - que cada curva (mudança) feita seja uma vitória e que no comando (liderança) estejamos nós. 


Jose-Miguel-Marques-MendesJosé Miguel Marques Mendes nascido em Fafe em 1967, estudou em Braga, Guimarães e Aveiro, onde se licenciou em Engenharia Cerâmica e do Vidro e, no Porto, onde tirou o MBA em Gestão na Porto Business School. No âmbito profissional, exerceu em V.N. de Gaia, Badajoz (Espanha) e León (Espanha), Coimbra e o Porto. Com cerca de 20 anos de vida profissional, iniciou-se em 1995 no grupo vidreiro BA com uma carreira o levou de jovem estagiário a diretor executivo, em 9 anos. Em 2004 decide tornar-se um empreendedor e inicia uma nova fase da carreira com uma simbiose muito séria entre a gestão, o empreendedorismo e a liderança. É fundador de um grupo na área da saúde onde esteve até 2010. Em nova iniciativa, aceita liderar o grupo editorial e livreiro de Coimbra, Almedina. Em 2012, a veia empreendedora assume nova visibilidade e funda a Mistura Singular com mais 5 sócios com um propósito de através da gestão, ajudar os empresários a mudar o rumo das suas empresas. Em paralelo ao percurso profissional, vai alimentando a “dimensão liderança” das pessoas, incutindo-lhes a capacidade de ver para além do óbvio. Acontece, por um lado em processos formais de mentoring, mas também conversando sempre que é desafiado para tal. Quem com ele se relaciona, diz-se, não fica indiferente. O seu blog “Liderança sem diploma” é um sinal de que acredita que todos podem liderar, quanto mais não seja a si mesmos.