Livro
- Quais as regras fundamentais de uma negociação?
- Como preparar uma reunião de negócios no estrangeiro?
- Lidar com um interlocutor alemão é o mesmo que lidar com um espanhol ou italiano?
- Quais as etapas a seguir para preparar uma viagem de negócios ao Dubai?
- Como cumprimentar um japonês?
- Que passos devo tomar para iniciar uma relação de negócios com uma empresa em Moçambique?
Estas e outras perguntas são respondidas pela autora Maria Duarte Bello. Depois dos anteriores livros – Top 10 de Negócios e 50 Segredos de Coaching para Portugueses - esta coach especialista em protocolo traz-nos um livro original com dicas e conselhos estratégicos no que toca à indumentária, comportamentos, formas de cumprimentar, regras para conduzir uma reunião de acordo com a cultura local, gastronomia, conversação e originalidades de 49 países. Conhecimentos indispensáveis, para alcançar o sucesso em qualquer lugar do mundo.
PL: É autora de várias obras, entre elas o livro “Empresários à conquista do mundo”. O que torna este livro diferenciador e pertinente aos líderes da lusofonia?
MB: Pretende-se abordar e chamar a atenção para o mundo global onde comunicamos e negociamos. Ser um negociador experiente significa sobretudo entender as gentes e aceitar modos de vida diferentes. Os choques culturais ainda estão longe de ser pacíficos e o livro ajuda nessa orientação. Saber comportar-se em qualquer parte do globo passa, antes de mais, por entender que os interlocutores são pessoas a respeitar e que a convivência saudável e duradoura pode conduzir a negócios excelentes.
PL: O que é mais importante na negociação com parceiros de Angola, Cabo Verde e Moçambique? Há grandes diferenças entre eles ou vários pontos comuns?
MB: Os empresários angolanos são formais e cerimoniosos no início. Mas à medida que as conversações vão decorrendo e se estabelecem pontos de vista comuns, tornam-se bastante calorosos e amigáveis. Mas nunca deixam de ter presente a vantagem de potencial negócio. E podem passar rapidamente a outro interlocutor sem muitas explicações.
Em Cabo Verde privilegiam-se os contatos sociais, onde é visível o imenso orgulho que têm na cultura tradicional, nomeadamente na música, nos trajes e na gastronomia. É comum misturarem os convites oficiais com membros do governo com os dos seus parceiros de negócios. O que não será de estranhar, por se tratar de uma comunidade mais próxima e unida.
Os moçambicanos são muitíssimos respeitadores das hierarquias e as negociações costumam ser demoradas até ganharem a confiança necessária para negociar.
Pode dizer-se que nestes países é ponto facilitador usar conhecimentos comuns ou ter recomendações de outros empresários.
PL: E com o Brasil?
MB: Os brasileiros primam pela hospitalidade. Qualquer empresário estrangeiro é tratado como se fosse um amigo. O que por vezes favorece alguma confusão entre conversas amigáveis e sobre o negócio. É importante salientar que se trata de um país cheio de diferenças e que não é a mesma coisa negociar com um interlocutor de São Paulo ou do Rio de Janeiro, por exemplo.
PL: O que faz a diferença na negociação com parceiros de Portugal?
MB: A língua portuguesa é um elo de ligação, apesar das muitas variações entre os termos usados. Não podemos esquecer que são povos “velhos conhecidos”, pois muitos empresários, sobretudo angolanos e cabo-verdianos, estudaram, têm família e visitam Portugal com regularidade.
PL: Detentora de duas empresas e CEO de ambas, quais os aspetos mais importantes na gestão das suas equipas?
MB: Destaco aqueles que do meu ponto de vista são indispensáveis: ter visão, dar o exemplo, saber escutar, confiança e lealdade, motivação constante, direcionar o rumo, dar reconhecimento 3e comunicação diferenciada para cada elemento.
PL: Foi a primeira mulher a fazer coaching em Portugal. Quais os principais desafios que se lhe depararam até hoje?
MB: Qualquer desafio deve ser encarado como uma oportunidade para se conseguir fazer diferente e melhor. Fazer com que as ambições e desejos das pessoas/clientes se tornem realidade e a conciliação entre tarefas variadas mas complementares são reptos quotidianos.
PL: É membro da Associação Portuguesa das Mulheres Empresárias. Em termos de oportunidades e desafios, o que enfrentam as mulheres empresárias portuguesas de hoje?
MB: As mulheres empresárias estão a um passo de ocuparem a maior parte dos lugares de topo. Estão em maior número nas universidades e, pela particularidade do género, são muito exigentes consigo mesmas. Neste sentido, considero que as oportunidades existem mas nem todas as mulheres estão dispostas a agarrar os desafios e as responsabilidades que surgem. Hoje, ainda significa abdicar ou adiar a criação de uma estrutura familiar estável.
O livro “Empresários à Conquista do Mundo – As Regras do Protocolo Empresarial” foi para mim uma aquisição de oportunidade, já que assim que o vi na livraria me deixei conquistar imediatamente pelo título, que me deixou curiosa quanto ao seu conteúdo. Recordo-me de pensar na utilidade que um livro desta natureza pode ter para o sucesso dos empresários portugueses, que arriscam e investem na conquista de mercados externos. Reforcei a minha perceção inicial após a sua leitura.
Na verdade, no “Empresários à Conquista do Mundo”, a autora Maria Duarte Bello dá-nos mais do que as orientações para lidar com executivos de 51 países.
Ao ler o livro, colhemos ideias muito práticas de negociação em qualquer parte do mundo, muito associadas ao bom senso, mas que tantas vezes são esquecidas: como tornar as propostas mais interessantes, posturas em apresentações, linguagem corporal, demonstração de respeito pelo interlocutor, estabelecimento de relacionamentos, e perceber o que pode interessar à outra parte da negociação.
Por último, uma palavra quanto à estrutura do livro. Um aspeto de grande utilidade que eu, pessoalmente, valorizo, é o facto de incluir, no final de cada item, uma ideia resumo com o essencial a reter.
A reter: Vale a pena ler o livro “Empresários à Conquista do Mundo – As Regras do Protocolo Empresarial”, pela sua estrutura e pelo seu conteúdo. É útil para quem viaja, e não apenas para empresários, pois dá-nos ferramentas concretas sobre de como lidar com as diferenças culturais, embora seja mais direcionado para o mundo empresarial.
Vera Alemão de Oliveira é licenciada em Gestão e Administração Pública na vertente de Recursos Humanos e pós-graduada em Estudos Europeus. Atualmente é Assistant Manager na Leadership Business Consulting. Ao longo da sua carreira, deu formações em Protocolo e Imagem, Relações Públicas, Inteligência Emocional, entre outros temas relacionados com competências comportamentais. Foi responsável pelo Departamento de Comunicação e Imagem de uma empresa de consultoria na área da Engenharia e teve responsabilidades na gestão de um Departamento de Recursos Humanos.