Acabam de ficar com os louros do seu trabalho? Mantenha a compostura e lembre-se: o objetivo é não só recuperar o crédito de um conceito desenvolvido por si, como também obter o tipo de apoio que conduz à ação, ou seja, à sua implementação.
Anett Grant
É segunda-feira de manhã, e entra na reunião semanal com aquela ideia na manga e que esteve todo o fim de semana em pulgas para partilhar. Chegou a sua vez. Apresenta-a finalmente e… o silêncio é audível. Os seus colegas acenam de forma educada com a cabeça, mas prosseguem para o próximo tópico. O que o faz passar os minutos seguintes num silêncio abatido. Até que um dos presentes pega na sua ideia, reformula-a e expõe de outra forma. De repente, torna-se no foco do debate, e o seu colega no centro das atenções. Acaba de ser vítima de ideiajacking, um dos crimes mais comuns na interação e comunicação nas empresas. Como se comporta a partir daqui? Mantém-se imóvel a ferver num silêncio furioso? Ou opta por falar? Seguem-se três passos que pode dar no sentido de avançar, com tato e impacto.
Eis um exemplo de como pode ocorrer ideiajacking a partir do conceito apresentado por si, em que diz: “Penso que devemos parar de apostar nos anúncios impressos e concentrarmo-nos no digital”. Há algumas reações mistas e, em seguida, a sua equipa desvia-se para outro tópico. Então, de repente, um colega diz: “Os anúncios impressos são muito caros. Vamos poupar dinheiro e ficar apenas no digital”. E todos estão de acordo. Logo que possível, volte à carga com algo como: “Concordo plenamente! Como referi há pouco, apostar no digital é uma ótima opção, tendo em conta os dados do último trimestre. Tenho até algumas ideias de como podemos alavancar os nossos canais online de forma mais eficaz”. E pronto: acaba de recuperar a sua ideia e segue com a reunião sem sobressaltos. Melhor ainda: ganha terreno para executar o seu conceito, em vez de permitir que outros o façam.
Certifique-se de que articula os seus argumentos com precisão e pertinência. Torne a sua ideia apelativa ao mencionar dados relevantes que suportam a sua explanação. Ao adicionar mais dimensão, a sua ideia torna-se mais que isso – começa a emergir como uma estratégia viável. E, pelo meio, pode levar as pessoas a esquecerem-se do ideiajacking. Lembre-se: o objetivo não é apenas restabelecer a propriedade sobre a sua ideia, mas ganhar apoio para que esta seja conduzida à ação.
Goste-se ou não, ter alguém a apropriar-se das nossas ideias é uma ocorrência bastante comum. Podemos ser apanhados de surpresa, mas
ao permanecermos calmos, não confrontando o “ideiajacker” e explanando o conceito, recuperamos os louros, o controlo e apoio para o que queremos realizar – tudo sem perder a face.
30-01-2018
Fonte: FastCompany
Portal da Liderança
Anett Grant, presidente da empresa americana de coaching Executive Speaking, faz coaching junto de executivos de topo há mais de três décadas. Os seus clientes incluem 61 das 100 maiores empresas multinacionais, como a PepsiCo, a General Electric, 3M, Bank of America, Hewlett-Packard ou Dow Chemical.