As 2 perguntas que tem de fazer em cada entrevista de emprego

As 2 perguntas que tem de fazer em cada entrevista de emprego
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São duas as questões que garantem respostas ultra reveladoras. A primeira permite aferir paixão e a adequação do entrevistado; a segunda ajuda a avaliar o carácter e a inteligência emocional.

Quando se pergunta aos CEO e empreendedores de sucesso quais são as melhores perguntas de sempre feitas em entrevistas de emprego, surge uma lista de respostas completamente… diferentes, como:
- “O que faria no caso de um apocalipse zombie?”
- “Um martelo e um prego custam 1,10 euros, e o martelo custa mais 1 euro que o prego. Quanto custa o prego?”
- “Quantos anos tinha quando teve o primeiro trabalho remunerado?”
O que se pode aprender com estas referências? Em suma, muito pouco. O que as empresas precisam e valorizam nos funcionários varia muito, o que quer dizer que as melhores perguntas para aferir se um candidato tem o perfil adequado para o trabalho em questão também variam muito.
No entanto esta constatação leva a uma questão – há alguma pergunta que os detentores de negócios, líderes ou responsáveis de recursos humanos devam fazer sem falta numa entrevista de emprego, qualquer que seja o cargo, o setor ou nível de experiência pretendido? De acordo com vários líderes de empresas, a resposta é sim. E apontam duas questões que consideram imprescindíveis.

Porque está aqui?
Qualquer entrevista bem estruturada consegue desencantar as realizações e fracassos de um candidato, desenterrando todos os detalhes das suas ações e interações com os outros. Mas enquanto a maioria dos entrevistadores sabe (esperemos) como avaliar as competências desta forma, alguns esquecem-se de colocar uma questão mais aprofundada – não o que o candidato pode fazer, mas porque quer sequer fazer.
“A questão mais importante que faço sempre que entrevisto alguém para se juntar à empresa é: porque está aqui?”, declarou o cofundador do Twitter e da empresa de pagamentos móveis Square, Jack Dorsey, num evento do Goldman Sachs. O executivo explicou que, “se eu vir paixão pelo nosso propósito, sei que se pode ensinar qualquer capacidade. Já a paixão não pode ser ensinada”.
Este não é o único líder que lembra aos responsáveis pelas contratações que não passem por cima desta questão essencial. Logan Naidu, fundador e CEO da Kernel Global e da Dartmouth Partners, escreve sobre a mesma questão no jornal The Guardian: “É uma das perguntas mais básicas para se fazer, mas uma das mais difíceis de responder”. Isto porque “a maioria dos candidatos irá apresentar-se bem preparada para responder a perguntas sobre a sua experiência profissional e características relevantes, mas não terão tido um momento de introspeção para pensar por que querem ficar na organização em questão”, observa. Se arrancar a entrevista com “porque está aqui?”, explica Logan Naidu, o candidato vai explanar não só porque está familiarizado com a sua empresa e a sua missão mas também mostrar que pensou bem na trajetória profissional e porque é o indicado para aquela função em específico (e que é uma boa opção para a organização). 
Embora na altura da entrevista os responsáveis pela contratação ignorem por vezes a essencial “porque está aqui?” ou não deem a devida importância à resposta dada, a maioria tem pelo menos a intenção de a aflorar de alguma forma no decorrer da entrevista.

Porque não deveria contratá-lo?
A segunda questão ultra revelante é colocada com menos frequência, mas é igualmente essencial, de acordo com o empreendedor Jay Gould. Se “porque está aqui?” é a abertura perfeita para uma entrevista de emprego, “porque não deveria contratá-lo?” é a pergunta perfeita para a concluir, refere o responsável na revista Fast Company. A primeira permite aferir paixão e adequação; a segunda ajuda a avaliar o carácter e a inteligência emocional do visado. “Tudo o que precisa de saber pode ser captado no momento em que olha um candidato nos olhos e lhe pergunta: “porque não deveria contratá-lo?”, afiança Jay Gould. Uma boa resposta reside menos no que a pessoa diz e mais na forma como o diz – porque a sua empresa procura autenticidade e humildade, e não apenas uma tentativa de lhe “vender” o que o candidato pensa que quer ouvir. As usuais respostas a “qual é a sua maior fraqueza” sobre excessivo perfeccionismo ou dedicação ao trabalho não acrescentam muito. 
“Na busca de profissionais para contratar vai querer ver três qualidades: integridade, inteligência e energia. E se não tiver a primeira, as outras duas vão dar cabo de si”, afirma Jay Gould. “As pessoas que são francas sobre as suas falhas têm o elemento de humildade que faz com que seja fácil gostar delas e com as quais se quer trabalhar”.

Fonte: Inc.com

23-04-2018



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