O trabalho mais profundo está na arte de fazer perguntas difíceis e de prestar atenção ao que surge.
Há cada vez mais estudos a concluir que ter autoconsciência é mais valioso que a inteligência per se; além de que os líderes com maior consciência de si são promovidos de forma mais célere e são recompensados com mais responsabilidades.
Como muitas qualidades, a autoconsciência não é um traço fixo. É uma competência que pode ser aprendida e cultivada de modo intencional. Se o objetivo é aumentar o quociente emocional (QE), são várias as maneiras de nos entendermos melhor a nós próprios, afirma Melody Wilding, coach de performance e professora de comportamento humano na americana Hunter College. A docente adianta, num artigo na Inc.com, que a prática diária de mindfulness (ou plena consciência – consiste no treino baseado na ligação mente-corpo que ajuda a observar a forma como se pensa e sente acerca da vida, das experiências, seja bom ou negativo; consiste em prestar atenção ao momento presente sem ficar apegado ao passado ou se preocupar com o futuro), coaching e obter feedback de confiança são técnicas válidas para elucidar os chamados “pontos cegos”.
A autorreflexão é uma das melhores maneiras de aprofundar o nosso conhecimento interno e de descobrir como fazermos o nosso melhor trabalho; também pode dar um impulso à nossa confiança e ajudar a afastar a síndrome do impostor. Francesca Gino, professora na Harvard Business School, concluiu que os trabalhadores que dedicam 15 minutos a refletir sobre o dia se sentem mais capazes, competentes e no controle da situação.
Tal como acontece com a maioria dos bons hábitos, a autorreflexão é mais salutar quando é realizada de forma consistente. Seguem-se 11 perguntas que pode colocar-se já hoje no sentido de fortalecer os músculos da sua autoconsciência:
- Quando estou no meu melhor?
- Que tipo de pessoa quero ser hoje?
- Que situações me fazem sentir terrível e o que têm em comum?
- Que atividades estou a levar a cabo quando parece que o tempo passa?
- O que está a funcionar bem na minha vida e no trabalho hoje?
- Se eu tivesse uma varinha mágica, de que forma a minha vida seria melhor daqui a três meses?
- Se eu não mudar nada, como será a minha vida daqui a três meses? Como me faz sentir?
- Quais as ações que, se tomadas, me deixariam orgulhoso de mim mesmo, independentemente do resultado?
- Quando os pensamentos negativos surgem, como lido com eles?
- De que forma mantenho os pés assentes na terra quando me sinto sobrecarregado?
- O que me motiva a fazer progressos?
O objetivo não é responder imediatamente ou ter uma resposta extremamente bem formulada para cada pergunta. O trabalho mais profundo está na arte de perguntar e de prestar atenção ao que surge, para que possa conduzir-nos de volta a nós próprios.
06-12-2018
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