António Saraiva: Mais que ter competências específicas, é a gestão de afetos que importa

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António Saraiva: Mais que ter competências específicas, é a gestão de afetos que importa
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Para o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, “hoje, mais que gerir determinadas áreas – mais do que ter competências específicas neste ou naquele setor de atividade, saber do negócio em si –, é a gestão de afetos” que importa. “Aquele que conseguir gerir eficazmente afetos tem, depois, os ganhos na sua organização, com o crescimento que essa gestão de afetos lhe permite”, diz António Saraiva.


O “patrão dos patrões” considera que líder é aquele que se posiciona “sempre como um exemplo” e sabe “transmitir aos outros aquilo a que ele próprio acedeu”. Porque “um líder é sobretudo um farol que orienta comportamentos, atitudes, motivação naqueles que lidera”. Reforça que quem está em cargos de chefia deve “promover constantemente a motivação daqueles que lidera para que sintam que há um coordenador, mas que se sintam envolvidos, a participar nas decisões”. Aliás, o hábito diário de qualquer líder deve ser “dar o bom exemplo, dar a orientação necessária, mas tirar o melhor que cada um daqueles que coordena lhe pode dar”. E, se tivesse de dar um conselho a um funcionário que assume uma posição de liderança pela primeira vez, seria “que se saiba assumir como um exemplo de boas práticas, porque é isso que os outros vão ver nele”. 


Aos 62 anos, “tenho um espírito aberto e estou sempre disponível para aprender, admitindo que, até ao fim dos meus dias – que desejo que seja o mais tarde possível – ainda tenha margem de progressão”.


Como promove o pensamento criativo e a inovação na sua organização?


O que faz para garantir que continua a crescer e a desenvolver-se enquanto líder? 


Que conselho(s) daria a um funcionário que está a assumir uma posição de liderança pela primeira vez?


Descreva um momento em que a sua equipa não concordou consigo. Como se resolveu a questão?


Como a pessoa que menos gosta de si o descreveria?


Na escala de 1 a 10, quão realizado está? Porquê?



Qual é a importância de prémios como os Best Leader Awards?


Nota: Entrevista cedida no âmbito dos Best Leader Awards 2016.


27-04-2016


Armanda Alexandre/Portal da Liderança



António Frade Saraiva 
é presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal desde 2010, onde exercia, desde 2002, funções de vice-presidente; e é presidente do conselho de administração da Metalúrgica Luso-Italiana.
Natural de Ervidel, em Beja, mas a morar em Lisboa desde tenra idade, o atual “patrão dos patrões” ingressou, aos 17 anos, na Lisnave, onde foi aprendiz de serralheiro mecânico, transitou para o planeamento de cargas e os estudos de mercado. Enquanto trabalhava concluiu o Curso da Escola Industrial e, mais tarde, em 1980, entrou para o Instituto Superior Técnico, para estudar Engenharia Mecânica à noite, licenciatura que acabaria por não concluir.
Em 1982 forma, em conjunto com Elisa Damião, da UGT - União Geral de Trabalhadores, uma lista para a comissão de trabalhadores da Lisnave, que viria a ser eleita três anos depois. Foi na qualidade de presidente desta entidade que negociou o primeiro contrato social realizado em Portugal. No final de 1986 sai da comissão, e regressa às cargas. No ano seguinte assume o cargo de diretor comercial na Lisnave. Em 1989 é convidado pelo grupo Mello a ocupar a cadeira de diretor comercial da Metalúrgica Luso-Italiana, sendo mais tarde promovido a administrador e em seguida a administrador-delegado; em 1996 o grupo optou por vender a companhia, e António Saraiva decidiu entrar na corrida, procedendo a um MBO (management buyout), tornando-se, até hoje, no único proprietário da empresa, conhecida sobretudo pelas torneiras Zenite.
É ainda, desde 2014, presidente do conselho geral da ELO - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico e a Cooperação; bem como vogal do conselho estratégico da SOFID - Sociedade Para o Financiamento do Desenvolvimento; e membro do conselho consultivo da ATEC – Associação de Formação para a Indústria. É também membro do conselho de Escola do ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, e do conselho de curadores do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.