O que deixa a vice-presidente do Rock in Rio sem palco/chão? A quem tirava o microfone? E qual o ídolo a quem “daria música”?
Com o Rock in Rio Lisboa prestes a dar os primeiros acordes (em maio de 2016), a empresária falou com o Portal da Liderança sobre os próximos grandes desafios: para a marca – que celebra 30 anos de existência, e para a produtora de eventos Roberta Medina.
A executiva quer, com o Rock in Rio, “criar um movimento global de um mundo melhor, de união – mobilizar pessoas”, ou a empresa que organiza o festival de música não se chamasse Better World (Mundo Melhor). Para já, o “primeiro foco é fortalecer, inovar nos países onde estamos e ir abrindo noutros países em que faça sentido, e ir criando uma musculatura internacional”, explica Roberta Medina. Acrescenta que a entrada nos EUA, em 2015, “foi um passo fundamental, e fortalecer a nossa marca” em solo americano “é um dos principais objetivos”. A empresária adianta que “somos uma plataforma de comunicação, somos conteúdos, somos experiência – todas as palavras que estão na moda agora, o Rock in Rio é há 30 anos. Vamos usar esse potencial para chegar às pessoas sem necessariamente estar fisicamente no lugar”. A meta é, “cada vez mais, ampliar o acesso ao conteúdo do evento, potenciar o conteúdo a nível internacional. A construção de uma marca global, mobilizadora, não pode depender de acontecer fisicamente, ao contrário”. Assim, “um dos nossos grandes desafios” é “de que forma o vamos tornando cada vez mais real no dia a dia das pessoas, mesmo sem estar lá”.
Roberta Medina refere ainda como “é um privilégio trabalhar num projeto que fala de emoção – por mais stressante que seja… o nível de risco do negócio, financeiro é muito alto. Vivemos num nível de stress elevadíssimo. Mas tem uma hora que é impagável, quando as portas abrem”, e vê “as pessoas a sorrir, com os olhos a brilhar. Não me canso de parar e prestar atenção à força das pessoas a cantarem juntas uma mesma canção, o que me mostra como o mundo podia ser de facto melhor, desde que estivéssemos alinhados com um mesmo objetivo. Se quisermos, enquanto coletivo, somos capazes de fazer”.
Que conselhos de liderança daria à Roberta Medina de 21/22 anos?
Como é estar à frente de um evento como o Rock in Rio? Tem de tocar muitos instrumentos em simultâneo.
Há mais países em vista para o franchise Rock in Rio/internacionalização?
Quais são os grandes desafios, para o Rock in Rio e para a Roberta, a curto prazo?
Pitch da Líder
Veja a entrevista na íntegra aqui.
Nota: Entrevista realizada no âmbito do ClickSummit, conferência de marketing e vendas online que decorreu no início de abril em Lisboa.
13-05-2016
Armanda Alexandre e Guilherme Alves/Portal da Liderança
Roberta Medina, licenciada em Comunicação Social (com uma passagem de seis meses pela UCLA - University of California, Los Angeles, nos EUA, para estudar inglês), é presidente da Dream Factory e vice-presidente da empresa ligada ao Rock in Rio, Better World.
A empresária e produtora de eventos brasileira (que reside em Lisboa, Portugal, desde 2003) começou a trabalhar aos 17 anos, na área de eventos, na Disney Brasil. Quatro anos depois, aos 21, foi colocada pelo pai, Roberto Medina (publicitário que lançou o Rock in Rio em território brasileiro, em 1985), a coordenar a produção do Rock in Rio. Experiência que considera ter resultado numa aprendizagem “super enriquecedora, que é o valor das pessoas”, e que lhe permitiu ir “construindo o meu caminho, ganhando a confiança das pessoas, com uma relação de respeito”, “sempre ouvindo muito e respeitando quem estava por perto”. Agora, “brinco que, ao ser “filha de”, temos muitas portas abertas; mas já começamos a dever, em -10, até chegar num ponto comum, porque há uma expetativa e um olhar preconceituoso”.
Em Portugal, Roberta Medina integrou, em 2009, o júri da terceira edição do programa de televisão “Ídolos”, experiência que repetiu no ano a seguir. Em 2011 é eleita, pela revista brasileira “Época”, uma das personalidades do ano.
O Rock in Rio está presente no Brasil (onde teve lugar pela primeira vez na história do evento); em Portugal (o Rock in Rio Lisboa assinalou dez anos de existência em 2014); Espanha (desde 2008 que decorre em Madrid) e nos EUA (Los Angeles recebeu o festival pela primeira vez em maio de 2015). A Argentina é a próxima paragem.