Os líderes ágeis têm um conjunto de capacidades de liderança que os torna algo diferentes dos restantes trabalhadores – escolhem o caminho menos percorrido ao romper com o estabelecido, aventuram-se por conta própria, contrariam as tendências e, por vezes, quebram todas as regras.
Jeffrey Hayzlett
O denominado “pensar fora da caixa” e o forjar do próprio caminho exige agilidade. Um líder ágil é flexível, cresce com os próprios erros e fica acima do vasto leque de desafios que enfrenta. Mas como passar de mero empreendedor (ou empresário) a líder ágil? Seguem-se quatro competências imprescindíveis:
1. Ter a capacidade de inovar
Os líderes ágeis têm um conjunto de características comuns: são extrovertidos, assumem o comando das situações e desafiam o status quo. Basicamente, são as pessoas por norma descritas como “difíceis de gerir”. Mas ser difícil não tem de ter uma conotação negativa. Significa apenas que algumas pessoas têm uma maneira muito própria de fazer as coisas, e são capazes de gerar novas ideias porque têm a capacidade de olhar para as questões a partir de vários ângulos. Porque não romper com a tendência?
2. Conseguir superar os desafios
Os empreendedores são constantemente confrontados com uma série de desafios desconhecidos por entre os quais têm de navegar. E acabam por ficar com uma vasta experiência de aprendizagem; mas, para que aprendam com os desafios, devem permanecer focados e empenhados.
A ambiguidade pode ser um fator extra de stress, e os empreendedores têm de se adaptar de forma rápida se querem ter um desempenho num patamar excelente. Mais uma vez, aqui a agilidade desempenha um papel preponderante.
Se é incapaz de se adaptar e de criar estratégias para ultrapassar os desafios, as probabilidades não estão a seu favor. No sentido de transpor os obstáculos, deve ter um poder de observação aguçado e de processamento de informação, bem como a capacidade de lidar com novas situações (e de se adaptar) que possam ser reveladas através da informação reunida.
3. Saber refletir sobre as experiências e ter feedback
Os líderes ágeis não se limitam a procurar experiências novas e inovadoras – aprendem com as mesmas. Ter feedback constante, e processar esse feedback, é uma forma de permanecer empenhado, enquanto tenta obter mais conhecimento sobre possíveis falhas e pontos cegos. Todos temos fraquezas – fingir o contrário é um erro crasso, e nenhum líder/empreendedor deve colocar-se nessa posição. Há uma linha ténue que separa a arrogância da confiança. Não seja essa pessoa! A confiança constrói o seu negócio. A arrogância destrói-o duas vezes mais depressa. Nunca faça “orelhas moucas” no que diz respeito ao que os clientes ou funcionários afirmam sobre o seu produto ou empresa. Ouvir não significa concordar com tudo; convém ter uma noção saudável de si mesmo se quiser permanecer no negócio a longo prazo.
4. Ser capaz de correr (bons) riscos
Os empreendedores arriscam por natureza, o mesmo acontece com os líderes ágeis. Estes são resilientes e permanecem calmos durante as tempestades. Expõem-se constantemente, dispostos a tentar coisas novas, assumindo riscos progressivos, por oposição à mera procura de emoção. Não corra riscos só porque sim – é um comportamento imprudente que não leva a lugar nenhum.
Um líder ágil assume papéis em que o sucesso não é uma garantia e em que o fracasso é uma hipótese bem real. Está constantemente a “pensar fora da caixa” e está sempre a aprender novas formas de fazer negócio que eventualmente levam ao sucesso.
Nem todas as carreiras nos preparam para a vida de empreendedor ou proprietário de uma empresa. Se não tiver "jogo de cintura" para a montanha-russa em que está prestes a embarcar, talvez deva reconsiderar se quer avançar. Mas, se o fizer, prepare-se para desfrutar os altos e baixos de ser um líder ágil/empreendedor. É um passeio dos diabos, mas com elevadas recompensas se se conseguir adaptar e aguentar as subidas e… as descidas.
Fonte: Entrepreneur.com
04-06-2018
Jeffrey Hayzlett, CEO da empresa de consultoria The Hayzlett Group, é orador e apresentador de um programa de rádio e outro de televisão sobre negócios nos EUA. Especialista em marketing e relações públicas, é autor de “Think Big Act Bigger: The Rewards of Being Relentless” (Entrepreneur Press, setembro 2015).