Os melhores conselhos de carreira recebidos por 6 CEO

Os melhores conselhos de carreira recebidos por 6 CEO
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Desde o “poder de assobiar” a “ser menos que perfeito”, passando por equacionar “a que metade do mundo pertence”, são conceitos que nos fazem pensar e, se for o caso, ajustar a forma como lidamos com colegas, equipas ou desafios mais exigentes que possam surgir.

Nem todos os conselhos que recebemos, na vida e no trabalho, são úteis, mas há, ao longo do nosso percurso, um ou outro que muda por completo a nossa perspetiva. Tal é ainda mais importante num ambiente económico em rápida mudança que está a transformar de forma radical as nossas vidas pessoais e profissionais, como é destacado no “The Future of Jobs Report 2023”, do Fórum Económico Mundial. Neste sentido, foi solicitado aos convidados da série de podcasts do Fórum “Meet the Leader” (“Conheça o Líder”) que partilhassem o conselho mais valioso que receberam ao longo das suas carreiras. Seguem-se seis:

1. A que metade do mundo pertence?
Leif Johansson, ex-presidente não executivo da AstraZeneca, lembra-se de ter criticado algo que uma equipa tinha – na sua opinião – feito mal. O chefe dele concordou, mas também lhe deu o seguinte conselho:

“Quando começar a pensar que mais de metade da população à sua volta é idiota, tente também pensar a que parte do mundo pode pertencer.”

Leif Johansson diz que esta frase mudou a forma como passou a lidar com falhas no trabalho. “Impede-me de ser demasiado crítico”, explica. E, em vez de ser crítico em relação ao passado, ao que está feito, esta abordagem permite-lhe focar-se no futuro.

2. Conseguir o envolvimento das pessoas
Enquanto presidente da Innovative Medicines International e diretora comercial da Novartis, Marie-France Tschudin está habituada a gerir a mudança e a conseguir a “adesão” por parte da sua equipa. No início da carreira, um dos seus professores universitários disse-lhe:

“Se não tiver as pessoas consigo, pode ter o melhor produto, a melhor estratégia, a melhor liderança, e nada vai acontecer.”

O conceito moldou-a ao longo da sua vida profissional, diz Marie-France Tschudin. “Quando investimos tempo para nos certificarmos que as pessoas estão dispostas a nos acompanharem, faz toda a diferença”, realça. “Em tempos de mudança, o pior que podemos fazer é não estarmos lá.”

3. Pode ser menos que perfeito
Na vida e nos negócios, muitos aspiram à perfeição. Mas este objetivo bem-intencionado pode tornar-se rapidamente um obstáculo. Por vezes, menos pode ser mais, como aprendeu Caroline Casey, fundadora do The Valuable 500, um coletivo empresarial que trabalha para acabar com a exclusão de pessoas com deficiência.

“Lembre-se, 80% é suficiente... A perfeição é o que a bloqueia.”

Estas foram as palavras do seu mentor, um CEO Fortune 200, que elogiou a sua ambição e visão, mas a ensinou a sentir-se confortável com um pouco menos que a perfeição para ganhar ímpeto. “A perfeição é o que nos atrapalha. Temos de sair da frente do nosso caminho”, acrescenta Caroline Casey.

4. O poder de assobiar
Nicola Mendelsohn é diretora do Global Business Group da Meta (proprietária do Facebook), e tem cancro no sangue que não tem cura. Um conselho que a ajudou a lidar com estes dois desafios:

“Não podemos chorar e assobiar ao mesmo tempo. Por vezes as coisas tendem a ser demais, e se assobiar, garanto-lhe que não conseguirá chorar em simultâneo.”

Também aponta como mantra o lema de Eleanor Roosevelt de fazermos o que pensamos que não conseguimos fazer. “Porque quando fazemos, é assustador. Mas é quando aprendemos mais. É quando nos desafiamos; e depois, quando olhamos para trás, dizemos: sim, fiz isto e tenho orgulho.”

5. Superar o medo
Como diretora de estratégia na Halo Car, uma empresa especializada em tecnologia de veículos autónomos, Cassandra Mao também acredita em sair da zona de conforto.

“Gosto mesmo de experiências em que me sinto desconfortável. Na verdade, procuro-as, porque penso que quando estamos desconfortáveis é por norma um sinal de que estamos a fazer algo novo – e fazer algo novo é o primeiro passo para crescermos, certo?”

O seu melhor conselho? “Sentirmos medo e fazermos à mesma. O medo é normal, o medo é informação. Mas não precisa de ser determinante para as nossas ações.”

6. Ser motivado/apaixonado
Enquanto engenheiro de software que agora lidera a empresa de fabrico de aeronaves de próxima geração Boom Supersonic, Blake Scholl sempre seguiu as suas paixões. “Não tenho o currículo para construir aviões supersónicos”, diz. Assim, “passei cerca de um ano a ensinar-me os fundamentos de design e de economia de aviões, e acabei por perceber que consigo aprender isto.”

E descreve a mentalidade tradicional de nos especializarmos num tópico, e sermos especialistas ao longo do tempo, como “auto-limitante”, apontando que “as capacidades são mutáveis, o conhecimento é mutável, mas as paixões não são”. E acredita que:

“É mais poderoso seguirmos as nossas paixões e deixarmos que o nosso conhecimento e capacidades sigam para onde a paixão nos leva.”

06-09-2023


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Nota: Artigo adaptado de um texto produzido para a Global Agenda/Fórum Económico Mundial por Andrea Willige, senior writer, Forum Agenda.