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Há duas formas de espalhar a luz: ser vela ou o espelho que a reflete  Edith Wharton 

Edith Wharton 

Coaching em liderança – O líder do séc. XXI

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Coaching em liderança – O líder do séc. XXI
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L de Lutador

O líder é um lutador, persiste e resiste face a contratempos e fracassos. E nos momentos ou situações em que os outros desistem e/ou apenas veem obstáculos, o líder é resiliente, pois vislumbra oportunidades e esforça-se ainda mais para ultrapassar as dificuldades conjunturais e as adversidades estruturais que a sua atividade, seja ela económica, política ou social, sempre acarreta. O líder é aquele homem ou mulher que não é avesso ao risco e que, calculadamente e por vezes temerariamente, avança em terreno desconhecido, como um pioneiro impulsionador do desenvolvimento, um ator corajoso que desbrava novos territórios em cumplicidade com as oportunidades que agarra ou que cria, e entre fracassos e sucessos, deixa a sua marca indelével. Um líder é um lutador que acredita no seu sonho e desbrava a tela da realidade, corajosa e pacientemente, mesmo por entre marés contrárias de dissabores acres que lhe custam suor, lhe destilam lágrimas, e exigem tempos subtraídos à família, para imprimir no campo económico, social ou político a sua visão por tantos anos acalentada e amadurecida. A coragem de abandonar de vista a costa permite aos líderes empreendedores avançar mar adentro para descobrir novos oceanos. Esta é a metáfora que melhor define este espírito rebelde, bravio, indomável, de quem, após cada queda, se ergue renascido mais à frente no trilho das possibilidades. Esta aptidão para lutar, não no sentido bélico, mas na gloriosa determinação de deixar para trás velhas crenças que diminuem a possibilidade de crescer e de avançar, faz o Líder dar um passo em frente sem saber se há chão. É o crer para ver como o paradigma instalado no “firmware” do líder, de cuja fibra interna é projetada a visualização clara das suas cocriações.

I de Inovador

O líder do séc. XXI é também um inovador entusiasta, sugerindo e apresentando novas ideias e soluções para necessidades e problemas na sua área de atuação. Sendo flexível na abordagem às situações encontradas, não se deixa restringir por práticas ou soluções convencionais e rotineiras, procurando ir mais além com ousadia e intuição – alia a visão de lince ao feeling antecipado de caminhos menos explorados. Nestes termos, ativando a sua antena intuitiva, define muitas vezes tendências e cria novos produtos, serviços, mercados, desejos e necessidades que fazem evoluir a sociedade para patamares de qualidade de vida e de novas oportunidades, impensáveis poucos anos antes, acelerando o evoluir da Humanidade como um todo. O líder contribui com o seu espírito inovador para eliminar estruturas ossificadas, produtos e serviços menos adequados, criando a partir do nada e também a partir de novas combinações do que já existe. É um catalisador de condições para o surgir de novas e melhores respostas às necessidades das sociedades, das empresas e dos seus clientes, assim como de parceiros e do meio ambiente onde todos evoluem.

D de Desenvolvedor

Se os líderes do séc. XX foram, salvo raras exceções, dirigentes de pessoas, os líderes do séc. XXI terão de ser essencialmente desenvolvedores de pessoas. Numa palavra: “developers”. As pessoas, os colaboradores das empresas, já não são mais motivados por dirigentes insensíveis à necessidade humana de cocriar e à liberdade responsável e participativa. Bem pelo contrário, os colaboradores deste século desejam autonomia e reconhecimento nas suas atividades profissionais e não simplesmente ordens ou diretrizes. O líder do séc. XXI detém a qualidade humana de “desenvolvedor de pessoas” e sabe criar o clima motivacional e colaborativo que estimula o melhor de cada um, através de uma comunicação positiva, lógica, sensível, clara, na qual estimula as respostas, fazendo perguntas numa ótica de líder-coach. É um estimulador constante de relações generativas entre os grupos, gerindo pessoas por valores, para criar equipas coesas, longevas e cúmplices, nas quais o “vestir da camisola” é um ato natural comum que cria a sinergia para o bem coletivo na empresa, na comunidade e na sociedade. O exemplo do líder como profissional competente, ético e responsável é o driver que estimula os seus colaboradores a replicarem o comportamento e os valores do líder, multiplicando talentos e sucessos e mantendo a identidade de cada indivíduo.

E de Estratega

Face às necessidades pragmáticas de resultados, o líder do séc. XXI define estratégias globais e locais alinhadas com o objetivo da organização que lidera, tendo por base uma visão global das situações, das oportunidades e das ameaças, dos meios disponíveis, dos ganhos e dos custos implicados. Traça assim estratégias de curto, médio e longo prazo para a sua organização, sinergizando os recursos da mesma e controlando os desvios ao longo da linha do tempo entre o estado atual e o estado desejado. Monitoriza de forma pragmática os objetivos para que sejam sustentáculo de resultados suculentos como efeitos de causas pensadas e suplantadas. Pensar global e agir local torna-se numa necessidade incontornável no mundo globalizado do séc. XXI e tendo por base o seu background profissional, experiência e a sua visão sistémica, o líder lidera a sua organização com base numa estratégia sólida e também flexível, global e também local, dirigindo a sua organização, no mar revolto das conjunturas cada vez mais imprevisíveis, com know how e eficácia, atingindo elevados níveis de performance e resultados operacionais e humanos que elevam a sua organização a liderar o ranking em que se posiciona.

R de Responsável

Gradualmente, a responsabilidade começa a ganhar o seu lugar na liderança, que se exige ética, ecológica, socialmente orientada. Para além de ser um lutador, um inovador, um developer e um estratega, um líder atual é também responsável por uma maioria de razões. Neste curso da História não é mais admissível um líder ser não responsável, ou não ecológico em relação a pessoas, ao meio ambiente e à sociedade como um todo sinérgico e interdependente, no qual cada decisão estratégica conta para a evolução ou degradação da unidade que é a vida. O líder do séc. XXI não só se distingue pelas suas qualidades de lutador, inovador, desenvolvedor e estratega, como também pela suprema qualidade humana da responsabilidade através do equilibrado equacionamento dos recursos humanos e naturais, visando potenciá-los sem os degradar ou desequilibrar. A visão responsável e sistémica do líder leva-o a uma ecologia responsável nas suas decisões e opções estratégicas, afastando-se das antigas práticas predatórias e irresponsáveis do século anterior e escolhendo um caminho e um posicionamento responsável, ético e humano que potencia o que de melhor existe em cada pessoa envolvida e traz ao mundo natural e à sociedade, o equilíbrio e a esperança que prenuncia um glorioso renascimento interior da Humanidade. O séc. XXI exige pois, com as suas cada vez maiores oportunidades e também com os seus riscos extremos, líderes que tenham no seu ADN as cinco qualidades de um líder destes tempos: ser lutador, ser inovador, ser desenvolvedor, ser estratega, ser responsável. Em síntese: ser um líder de espectro total!

O séc. XXI, com as suas fantásticas oportunidades e também com os seus riscos, exige novos líderes. As atividades económicas, sociais e políticas precisam de seres humanos com determinadas qualidades de liderança… precisam dos líderes e das líderes do séc. XXI, aqueles que vão impregnar de autenticidade, consistência e lógica inerentes a bitola para medir o progresso da civilização nas suas diversas atividades. Determinação e coragem, autocontrolo, compaixão, visão e ação correta, discernimento moral, sabedoria e noção de propósito são requisitos para que a excelência de um líder possa ser o sustentáculo essencial do coletivo, muito para lá da visão atomística individual.


Alexandra Lemos é coach, formadora, oradora, autora e apresentadora de televisão – assim se pode definir de forma sucinta a colaboradora do Portal da Liderança na área do coaching. Engenheira de formação, aos 45 anos é diretora no board of directors mundial da ICC – International Coaching Community (em 70 países). E tem mais de duas décadas de experiência profissional em várias PME e em multinacionais de referência, onde tem exercido executive coach e team coach. Sem esquecer que, na qualidade de engenheira, fez parte da equipa técnica que operacionalizou o sistema óleo hidráulico de acionamento das cofragens da ponte Vasco da Gama.

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